AGENDA CULTURAL

21.3.20

Os vírus têm vida? Como assim? - Alberto Consolaro

Interior de célula com milhares de vírus prontos como carros no estacionamento da montadora de veículos!
É tão pequeno que fica difícil vê-los e por muito tempo se achou que eram sustâncias tóxicas ou venenos! A palavra “vírus” é sinônimo de veneno! A maioria são mutantes e modificam sua composição a todo instante, como os coronavírus. Quando se faz uma vacina, logo aparece outra variante!

Imaginem o vírus como jabuticabas e lichias muito pequenas, mas muito mesmo, soltas por aí ao sabor dos ventos em todos os lugares como partículas nanométricas! Onde tem mais gente, tem mais vírus e são tão pequenos que uma bactéria parece uma gigante e pode ser infectada por eles, acreditem! Sim, bactérias têm viroses!

Os vírus podem estar quietos na floresta, dentro de uma geleira ou em animais sem fazer mal algum como nos frangos e porcos. Se liberados sofrem variações e começam a fazer mal aos humanos: assim nasce uma nova doença! Eles são tão minúsculos que não dá para falar em milhares ou milhões de vírus, mas sim bilhões e trilhões, e cabem em todos os lugares!

As “jabuticabas” ou vírus, por fora têm proteínas na capa e no interior tem um “fiozinho” ou filamento de DNA ou RNA, mas não têm metabolismo próprio e nem prolifera sozinhos! Proliferarão apenas se entrarem em uma célula do corpo e da qual usará tudo para ela virar uma “fabriquinha” de vírus até que morra depois de liberar “zilhões” de novos vírus! Neste período o corpo fica doente! Onde tem gente, eles deitam e rolam, afinal cada um de nós tem 10 trilhões de células ou potenciais “fábricas virais”!

“VIDA”?

Para a ciência, vida é todo fenômeno que anima a matéria, como os íons que mudam a posição na molécula! Se assim for, tudo tem vida, até os vírus! Se a reprodução for critério para ter vida, os animais híbridos como as mulas não deveriam ser chamados de seres vivos, pois não proliferam. As formigas obreiras não se reproduzem!

Se o movimento, a capacidade de se transformar, de acumular energia e massa podem ser critérios para confirmarmos a presença da vida, as estrelas são vivíssimas pois fazem tudo isto e ainda pulsam, piscam, emitem energia. O Sol é nossa estrela maior. Lindas estrelas!
A barata, o sapo, o carrapato, a pulga e o morcego são vidas. As vacas, porcos, frangos e peixes também são vidas como as plantas. Definir vida não é fácil, então definir o que é tirar a vida, dar a vida ou estragar a vida também deve ser difícil. Quando matamos os animais ou cortamos o pé de uma planta, como a alface, estamos tirando uma vida de circulação.

POR FIM!

Nas refeições ingerimos o que foi vida! Será que precisamos comer vidas para manter a nossa existência? Quando não se fornece alimentos, tira-se a vida. Quando não atendemos no hospital, tiramos a vida. Quando não se presta socorros, nega-se a vida. Quantas vidas tiramos de circulação, negamos ou comemos por dia? Quantas vidas moram em nós?
E todos querem a vida eterna. Ai, ai, ai e agora?
 
Alberto Consolaro – professor titular da USP-Bauru-SP

CORONAVÍRUS – Provocam doenças respiratórias com sintomas semelhantes aos da gripe e resfriado em humanos e animais. Algumas variantes ou mutantes de coronavírus podem provocar pneumonias graves e levar à morte. A transmissão se faz pelo ar, pelo toque e contato com objetos que estão impregnados com secreções da boca, nariz e dos olhos! Lavar as mãos com frequência, usar luvas nas concentrações humanas e aviões diminuem os riscos.

CABELO BRANCO – A cor dos cabelos é dada pela melanina produzida pelos melanócitos na raiz. Quando estressados, os camundongos ficavam com cabelos brancos, pois os neurônios do sistema simpático próximos a raiz do cabelo secretavam neuroadrenalina e reduzia o número de melanócitos e melanina. Conclusão: cabelos brancos decorrem de estresse nos camundongos! Saiu na “Nature” por brasileiros da Usp e apoio da Fapesp.
  
USP: FUGA ACELERADA DE CÉREBROS



Além do grande número de aposentadorias, a Usp passa por um aumento acentuado de pedidos de demissão e licenças não remuneradas com dezenas de casos nos últimos 3 anos, comprometendo ensino e pesquisa! Tipo de aposentadoria, teto salarial e hipercompetitividade são as explicações.

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