AGENDA CULTURAL

15.7.20

Real ou virtual, duas realidades que se confundem

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

A cada dia, a realidade virtual, ou o uso dela, ganha força. Já até ouvi argumento de que internet era coisa do capeta. Assim aconteceu com a TV também no início, mas hoje não há uma grande igreja evangélica sem horário na televisão brasileira. 

Estou na internet desde 1995 premido pela necessidade. Fui o primeiro colunista da Folha da Região a ostentar e-mail em seu rodapé, pois eu estava dentre os 100 usuários da Nutecnet (depois ZAZ e agora Terra), cujo provedor local ficava na UniToledo (ousadia do Afonso Toledo).

Naquela época, fazer rodinha em festa e falar de internet era esnobismo, povo chato. Em mesa de bar, nem pensar. Havia também os modismos dos raros usuários, que pode ser tema de outra crônica.

Mas sempre fui um usuário fuçador, já comecei também como produtor de conteúdo. Nunca fiz cursos ou me aprofundei no assunto. Quando preciso aprender alguma dica, pergunto aos amigos, passava o domingo na tentativa de erro e acerto, até conseguir. O segredo é ter paciência consigo mesmo.   

A pandemia do coronavírus forçou muita gente a usar a internet, principalmente o Whatsapp. Muita vovozinha conservadora, se quis ver seus netos e netas, está grudada no celular. Aprendeu a mexer no aparelhinho do capeta rangendo os dentes.  

No Rotary, do qual participo, não foi diferente. Em 2007, para eu fazer um blog do clube, foi uma luta; mas agora a situação é outra. Além da determinação sanitária, a direção internacional baixou uma ordem: reunião, só on-line. E assim, estamos usando o Zoom, plataforma que primeiro saiu no mercado. Apanhamos juntos. Mas hoje, a maioria já domina o básico.

No sábado, 11 de julho, a posse dos presidentes em Araçatuba foi on-line, por essa plataforma. Sem contratar ninguém, apenas com os talentos dos associados da área de informática, fizemos uma grande festa de imagens e palavras: 174 pessoas conectadas.  

Na reunião do club, às segundas-feiras, depois de 12 anos de automatização, ainda tenho o impulso de limpar os sapatos para ir até a avenida da Saudade. Aí me lembro que a reunião é virtual.

Mas a reunião já está se tornando hábito, me concentro tanto, que de meu computador (ou celular), já me sinto no ambiente da sede. Rotary é assim, principalmente em situação difícil, ele abre oportunidades.

PS: Em resposta ao covid-19, a Fundação Rotária liberou US$3 milhões ao Fundo de assistência em caso de desastres. E, com contribuições adicionais dos nossos doadores, em 1° de junho, 207 distritos receberam mais de US$5,1 milhões em subsídios para fornecer ajuda crítica às comunidades afetadas pelo vírus (clique aqui).

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