Dissemos em recente artigo que
voltaríamos a comentar sobre a comunicação não violenta; hoje trazemos
como melhorar nossa comunicação neste sentido,
pela via da autoeducação.
Já dissemos que fizemos pesquisas, com
o norte dado pelo autor americano Marshall B. Rosemberg, com publicação de
vários livros sobre o assunto, resumindo e, às vezes, parafraseando-lhe quando
necessário para o enriquecimento e clareza do texto.
Como a Comunicação Não Violenta, a
partir de agora, mencionada como CNV, pode contribuir para gerar mudanças: em
nós mesmos; nas pessoas cujos comportamentos não estão em harmonia com esses
valores e nas estruturas em que estamos inseridos.
O propósito da CNV é criar uma conexão
que permite que o ato de dar ocorra de forma compassiva. Para alcançar esse
objetivo, a linguagem básica necessária e a dos sentimentos, necessidades,
pedidos – e como expressá-la de um jeito que seja um presente para os outros,
permitindo que enxerguem o que está vivo em nós.
É um presente quando nós podemos ver o
que tornaria a vida mais maravilhosa, porque isso nos dá a oportunidade de
contribuir de bom grado para nosso bem-estar. Também mencionamos que, através de
uma conexão empática, podemos receber esse presente de outras pessoas, mesmo
quando estão usando uma linguagem bem violenta.
Ao refletir sobre como a CNV pode gerar
mudanças, lembre-se disto: queremos que as pessoas mudem porque descobriram
formas melhores de satisfazer suas necessidades a um custo menor, e não por
medo de serem punidas ou culpadas.
Comecemos com nós mesmos: pense em um
erro que cometeu recentemente, algo que gostaria de não ter feito. Agora pensemos: como podemos nos educar quando fazemos algo de que gostaria de não ter feito? Muitos pais gritam com os filhos, falam
coisas que gostaria de não ter dito e percebem o filho excessivamente
magoado.
Depois nos arrependemos. Fazemos nossa autocrítica, pedimos
desculpas e assim vamos melhorando.
Infelizmente é assim que muitas pessoas se educam. Educam-se da mesma forma que nos educaram quando fazíamos coisas que
desagradavam as figuras de autoridade.
Elas nos culpavam e nos puniam, e nós
internalizamos isso. Como resultado, é comum educar-se através da culpa,
vergonha e outros tipos de táticas violentas e coercitivas. Sabemos que estamos
agindo assim.
Quando entramos em contato com as
necessidades que foram desatendidas por causa do nosso comportamento, chamamos a isso luto, luto por nossas ações, sem achar
que há algo errado conosco por termos feito o que fizemos. Qualquer ser humano não faz algo que não seja por boas razões. Estamos fazendo para
atender necessidades. Assim se nós tivéssemos nos conectado com essas necessidades,
teríamos nos expressados de uma forma bem diferente.
Quando fizemos algo que não nos agrada, o primeiro passo é processar o luto, oferecendo empatia a nós mesmos
pela necessidade que não foi atendida. Fazendo isso, ouvimos todos os julgamentos
que fomos programados a ter.
Dessa forma, podemos fazer uso de sentimentos que
nos podem abater como a depressão, culpa e vergonha. Esses sentimentos podem
funcionar como um despertador que nos acorda para o fato de que não estamos
conectados com nossas necessidades. Estamos em um jogo mental violento de
auto-recriminação e autodesqualificação.
Por fim, se aprendermos a nos conectar
empaticamente com as necessidades que não foram atendidas e olharmos para a
parte de nós que estava tentando satisfazê-las, ficaremos mais aptos a enxergar
o que está vivo em nós mesmos e nos outros - e para fazer o que for necessário
a fim de tornar a vida mais maravilhosa.
Gervásio Antônio Consolaro, ex- delegado regional tributário do estado/SP, agente fiscal de rendas aposentado. Assessor executivo da Prefeitura de Araçatuba, administrador de empresas, contador, bacharel em Direito e pós-graduação em Direito Tributário. Curso de Gestão Pública Avançada pelo Amana Key e coach pela SBC.
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