Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
Jumento, também conhecido por jegue, é um animal sagrado, carregou Jesus na entrada a Jerusalém, quando surgiu montado num asinino foi saudado pela multidão com ramos. Ele dispensou os carros de guerra em Israel, não quis os cavalos em Jerusalém, não quis nenhuma arma de guerra.
O jumento era o animal de montaria de Jesus Cristo, transporte dos pobres, de fácil custeio. Com o tempo, ficou com má fama, pois de teimoso, bobo e ignorante. As pessoas assim passaram a ser chamadas de jumento e também de burro. Atualmente, estão fazendo um desaforo grande ao jumento, dizendo que ele zurra no Palácio do Planalto.
O povo nordestino considera muito o jegue, pois foi usado no transporte de cargas por longas distâncias. Como a cabra, come qualquer coisa. Ganhou até homenagem do sanfoneiro Luiz Gonzaga, a "Apologia ao jumento", em que a sua importância é enaltecida.
Aqui em Araçatuba, apareceu um jumento pastando na praça São João. Se fosse dezembro, eu diria que fugira de algum presépio.
O segundo aparecimento de jumento noticiado foi na Bahia, no município de Ibotirama. A cidade tem uma aeroporto subutilizado e o povo põe os animais para pastar na pista. E não é que o avião ao descer com as vacinas para a cidade contra a covid-19 atropelou um jumento. Estão dizendo que o asinino era mensageiro do presidente Bolsonaro, que não gosta de vacina. Outros já radicalizam: o jumento era o próprio Bolsonaro travestido. Quem consegue segurar a língua do povo! VEJA A NOTÍCIA, CLICANDO AQUI
Na verdade, devemos valorizar os quadrúpedes equinos e asininos porque deles é que inventamos o veículo que se move por si mesmo: automóvel, chegando ao avião. No acidente, em Ibotirama, se deu o encontro do passado e o presente.
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