As redes sociais alimentam, mas não são as únicas responsáveis pela egolatria que tomou conta do mundo. Vivendo numa bolha chamada sociedade de consumo, cada um de nós passou a ser encarado como um produto e, como tal, precisa se “vender”.
Para se colocar bem no mercado do amor e mercado de trabalho, tornou-se obrigatório apresentar um perfil, e então tratamos de falar muito sobre nós, sobre nossos atributos e de tudo o que possa fazer a gente avançar em relação à concorrência, que não é pequena. Somos os publicitários de nós mesmos, uns mais discretos, outros mais exibidos, mas todos procurando encantar o próximo, que propaganda nada mais é do que isso: a arte de seduzir.
A boa notícia é que tudo isso é um absurdo. Não somos um produto. Não precisamos de slogan, embalagem, jingle. Estamos aqui para conviver, e não param ser consumidos. Em se quisermos que realmente nos conheçam, o ideal seria parar de nos anunciarmos como o último copo d’água do deserto.
Convido a todos assistir o documentário “Eu maior” muito tocante, traz depoimentos de filósofos, artistas, cientistas e ambientalistas sobre quem verdadeiramente somos e como devemos nos relacionar com o universo Uma das colocações que é uma lição de comportamento: “Você descobre a qualidade de uma pessoa não quando ela fala de si, mas quando ela fala dos outros”.
Ou seja, o que revela sua verdadeira natureza são os comentários venenosos que você costuma distribuir ou os elogios que faz sobre amigos e desconhecidos. São as fofocas que oculta para não menosprezar seus semelhantes o que espalha com gosto por aí, acrescentando uma maldadezinha extra.
Você é avaliado de forma mais precisa através da sua capacidade de enaltecer o positivo que há ao seu redor ou de propagar o negativismo que se sobressai em tudo o que vê. Você demonstra que é uma pessoa maior - ou menor – de acordo com sua necessidade de diminuir ou de valorizar aqueles que o rodeiam, de acordo com um olhar que deveria ser justo, mas quase sempre é apenas é competitivo.
É através das suas palavras amorosas ou das suas declarações injuriantes que os outros saberão exatamente quem é você – pouco importando o que você diz sobre si mesmo.
Gervásio Antônio Consolaro, ex- delegado regional tributário do estado/SP, agente fiscal de rendas aposentado. Administrador de empresas, contador, bacharel em Direito e pós-graduação em Direito Tributário. Curso de Gestão Pública Avançada pelo Amana Key e coach pela SBC.
2 comentários:
Muito boas colocações a respeito do que o homem pensa de si e dos outros.
Exelente comentário.
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