AGENDA CULTURAL

18.8.21

A prisão coletiva - Gervásio Antônio Consolaro

     


Atualmente devemos fazer perguntas a nós mesmos, diante de tantas incertezas, insegurança com o nosso planeta, contaminação de nossos alimentos, o domínio da indústria farmacêutica sobre nossa saúde, etc

      Quais são os mandatos que você segue? Quais as crenças sociais e culturais que o aprisionam? Qual é a sombra coletiva a que você se submete?

“Uma ditadura perfeita teria a aparência de uma democracia, mas seria basicamente uma prisão sem muros na qual os presos nem sequer sonhariam em escapar. Seria essencialmente um sistema de escravidão, no qual, graças ao consumo e ao entretenimento, os escravos amariam sua servidão” Aldous Houxley, Um mundo feliz.

      Há uma prisão que envolve a todos como raça humana, que vai mais além do que provocamos internamente e do que herdamos de nossos pais, avós e parentes próximos.  A história da humanidade nos pesa, o sistema dentro do qual vivemos está desenhado para cortar nossas asas, nos obriga a voar mais baixo e nos submete, como uma forma de controlar as massas. Gostemos ou não, fazemos parte de uma prisão global, nascemos nela e alguns nem sequer se deram conta, pois esta se encarregou de nos manter coletivamente intoxicados, assustados, distraídos e adormecidos.

      Estamos fisicamente intoxicados pela comida sintética e transgênica, pelos produtos químicos e medicamentos, emocionalmente assustados pelas notícias aterradoras que vemos todos os dias, as guerras que se anunciam, mas novas doenças e os vírus, pelo sentimento de carência ou falta de dinheiro em um mundo consumista.

      Estamos mentalmente distraídos pelas redes sociais e por todos os meios de comunicação que existem, e espiritualmente adormecidos. Nossa inconsciência chegou ao ponto de acabar com nossos recursos, em que o principal afetado é nosso planeta. Em palavras de Carl Sagan:

“Nosso encantador planeta azul, a Terra, é a única casa quem conhecemos. Vênus é muito quente, Marte é muito frio. Mas a Terra está no ponto justo, e é um paraíso para os humanos. Foi aqui, finalmente e afinal de contas, onde evoluímos. Mas nosso agradável clima pode ser instável. Estamos perturbando nosso próprio planeta de um modo sério e contraditório. Existe o perigo de levar o ambiente da Terra ao inferno planetário de Vênus ou à eterna era glacial da Marte? A resposta é simples é que ninguém sabe.”

      Percebe-se que não só o mundo está acabando, mas o ser humano também está se destruindo.

      Escrevemos esse texto para dar um chacoalhão em nós mesmos, mas percebemos que ainda existe fé na vida, independente dos desafios que se apresentam a eles. Acreditar na vida faz com que, entre o desespero e a esperança, a segunda opção seja mais consciente e saudável.

Por fim, ainda que o momento seja difícil, é possível encontrarmos um sentido para seguir em frente. Para superarmos as adversidades e reconhecermos o potencial transformador que mora em uma situação.

GERVÁSIO ANTÔNIO CONSOLARO - diretor regional da  Assoc. Fiscais de Rendas-SP, consultor tributário, agente fiscal de rendas aposentado, ex-delegado regional tributário, ex-assessor executivo da Prefeitura de Araçatuba, administrador, contador, bacharel em Direito, pós-graduado em Direito Tributário, curso  de gestão pública avançada pela Amana  Key e coach pela SBC.            g.consolaro@yahoo.com.br    

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