O efeito bumerangue imita esta arma originária da Austrália que, uma vez lançada, volta para a mesma pessoa!
É comum dizer que se fala mais da vida alheia em determinadas atividades do que em outras. Não é verdade, e se fala mal dos outros em todos os lugares com tanta frequência que se poderia dizer que é uma verdadeira pandemia, incluindo as redes “antissociais”.
Há pessoas que ao
encontrá-las todos os dias, sem que você lhe pergunte, já lhe fala quem
separou, morou, foi preso ou perdeu o emprego! Para variar, de vez em quando
esta mesma pessoa aborda assim: você sabe a novidade? Ou conforme o dia a
pergunta dirigida a você é se sabe quem morreu hoje! Não raramente a abordagem
é: você viu que fulano está com câncer?
Maldizer significa criar
e repassar mentiras, distorcer a realidade, distribuir e enviar inverdades,
maldades e preconceitos. A maledicência é fruto da frustração das pessoas com
suas vidas e fracassos associados com a incompetência e covardia. São pessoas
que não conseguem olhar para si mesmo e não têm a humildade de reconhecer seus
limites e erros como todos temos! Podem ser futricas superficiais, mas a
maioria acaba com credibilidades, reputações e vidas construídas com muito
trabalho durante a vida inteira.
COMO AJUDAR
A psicologia e
psiquiatria, especialidades clínicas e ciências, explica: quando você faz
alguma coisa quando adulto, geralmente está repetindo um padrão de
comportamento familiar ou social quando era criança ou adolescente. Por
exemplo, quase todo estuprador foi abusado sexualmente quando criança ou
adolescente! Quando se faz maledicência ou maldades, pessoalmente ou nas redes
antissociais, provavelmente está se repetindo um padrão de comportamento! Antes
de praticar a maledicência pense nisto e reflita, procure um tratamento com
psiquiatras e psicólogos para ter uma vida normal.
Para quem tem coragem,
responda este questionário ou prova de fogo: 1). Quantas mensagens e vídeos
você abriu esta semana que não são maledicência? 2). Quantos você assumiu a
coautoria repassando-as aos “amigos” que você “ama”? 3). Como explica este
prazer patológico? 4). Que tara ou distorção psicológica se criou no cérebro?
5). Quem está imitando com estas maldades e repassando-as? 6). Quais são os
ídolos, paradigmas e referências pessoais? 7). Não está na hora de trocar seus
ídolos e paradigmas? É difícil, procure ajuda de um bom amigo, psicólogo ou de
um psiquiatra. Nós imitamos os paradigmas e é difícil quebrar um ciclo vicioso
como este!
Na parede estava escrito:
“se não puderes servir o bem, cale o dom de falar”! Eu ficava horas lendo,
relendo, procurando entender e ficou profundamente gravado em minha mente. Na
trajetória da vida vejo como inevitável: a maledicência acaba se voltando
contra o fofoqueiro que vira uma das vítimas de suas próprias armas! É o efeito
bumerangue: o maldoso acaba sendo vítima de sua própria maldade, é só questão
de tempo ou anos e pode envolver até suas pessoas mais amadas!
REFLEXÃO FINAL
- Mas, se não for da vida
alheia, do que falaremos em casa, lazer e trabalho? Falta assunto? Então leia,
faça cursos, passeie, veja um filme, escreva, fotografe, pinte, durma, pratique
esportes, mas não use o lado negro da vida! Para Paulo Coelho, a língua que
calunia mata três pessoas: a que profere a calúnia, a que escuta e a pessoa
sobre a qual se fala.
Fique calado se não for para servir o bem! Acenda um incenso, medite e diga mil vezes: vai para o inferno satanás!
Alberto Consolaro é professor titular da USPem Bauru consolaro@uol.com.br
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