Para tratar disso temos que falar do perigo da empatia. Se existe uma forma de segregar as pessoas boas das más, esta seria certamente a capacidade para sentir empatia. Porquanto as pessoas más não sentem qualquer empatia por pessoas em sofrimento e, inclusive desprezam-nas, as pessoas boas possuem a capacidade para sentir o sofrimento alheio.
É esta partilha de emoções que as compele a agir e ajudar. E é nesta atitude de apoio que reside a armadilha na qual tendem a cair. Este tipo de pessoa, ao ajudar os mais fracos, deixa-se emaranhar numa teia de desgraça e sofrimento, como se a realidade do outro lhe pertencesse.
E, de acordo com os princípios que regem o universo, atraem essa realidade para si (pois vivem esse mundo como se fosse o seu). Elas sentem de alguma forma que não merecem ter uma vida melhor do que o sujeito em sofrimento e acabam por estabelecer na sua realidade esse mesmo princípio. Assim, partilhando da infelicidade, elas tornam as suas vidas infelizes.
No entanto, estas buscam fervorosamente o melhoramento e a felicidade dos outros. Já estes, por sua vez, quando a situação de vida se inverte muito frequentemente esquecem por completo quem os ajudou e abandonam estas amizades (e as dos grupo de excluídos a que pertenciam).
Por compaixão, estas pessoas tendem a procurar os mais desprotegidos, e estes quando a sua situação melhora, geralmente graças ao apoio destes anjos na terra. Abandonam-nos por completo. Embora as pessoas boas sejam sensíveis à necessidade de ajudar, as mais fracas não têm razões nem desejo de ajudar os outros.
Tudo o que podem e sabem é
pedir. Quando não têm que pedir, continuam a não oferecer, muito embora agora
tenham mais para oferecer, quanto muito em amizade e apoio moral (bem como com o
seu exemplo de vida).
Quando as pessoas boas sentem empatia pelos fracos revestem-se da
realidade e sentimentos destes, como que tornando-se num ser em uníssono e
sinergia com eles.
Uma pessoa boa que protege pessoas pobres tende a simpatizar com a pobreza
e uma pessoa boa que protege pessoas doentes simpatiza com a doença. Quando
simpatiza experimenta a realidade alheia. De alguma forma considera que merece
a mesma realidade, ou, não conseguindo ajudar a pessoa fraca, sente um impulso
inconsciente para provar que o outro é capaz. E a forma que encontra de o
provar é fazendo-se passar pelas mesmas dificuldades ou semelhantes, para
provar a este (ou a si mesma) que é possível superá-las.
Por fim, o estudioso Daniel Filho, autor de livros e estudos a respeito, diz que as pessoas boas são por isso mais suscetíveis às dificuldades financeiras e às doenças, entre outros problemas semelhantes.
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