AGENDA CULTURAL

13.9.21

Por que as pessoas boas sofrem mais


Para tratar disso temos que falar do perigo da empatia. Se existe uma forma de segregar as pessoas boas das más, esta seria certamente a capacidade para sentir empatia. Porquanto as pessoas más não sentem qualquer empatia por pessoas em sofrimento e, inclusive desprezam-nas, as pessoas boas possuem a capacidade para sentir o sofrimento alheio. 

É esta partilha de emoções que as compele a agir e ajudar. E é nesta atitude de apoio que reside a armadilha na qual tendem a cair. Este tipo de pessoa, ao ajudar os mais fracos, deixa-se emaranhar numa teia de desgraça e sofrimento, como se a realidade do outro lhe pertencesse. 

E, de acordo com os princípios que regem o universo, atraem essa realidade para si (pois vivem esse mundo como se fosse o seu). Elas sentem de alguma forma que não merecem ter uma vida melhor do que o sujeito em sofrimento e acabam por estabelecer na sua realidade esse mesmo princípio. Assim, partilhando da infelicidade, elas tornam as suas vidas infelizes.

       No entanto, estas buscam fervorosamente o melhoramento e a felicidade dos outros. Já estes, por sua vez, quando a situação de vida se inverte muito frequentemente esquecem por completo quem os ajudou e abandonam estas amizades (e as dos grupo de excluídos a que pertenciam). 

Por compaixão, estas pessoas tendem a procurar os mais desprotegidos, e estes quando a sua situação melhora, geralmente graças ao apoio destes anjos na terra. Abandonam-nos por completo. Embora as pessoas boas sejam sensíveis à necessidade de ajudar, as mais fracas não têm razões nem desejo de ajudar os outros. 

Tudo o que podem e sabem é pedir. Quando não têm que pedir, continuam a não oferecer, muito embora agora tenham mais para oferecer, quanto muito em amizade e apoio moral (bem como com o seu exemplo de vida).

            Quando as pessoas boas sentem empatia pelos fracos revestem-se da realidade e sentimentos destes, como que tornando-se num ser em uníssono e sinergia com eles.

      Uma pessoa boa que protege pessoas pobres tende a simpatizar com a pobreza e uma pessoa boa que protege pessoas doentes simpatiza com a doença. Quando simpatiza experimenta a realidade alheia. De alguma forma considera que merece a mesma realidade, ou, não conseguindo ajudar a pessoa fraca, sente um impulso inconsciente para provar que o outro é capaz. E a forma que encontra de o provar é fazendo-se passar pelas mesmas dificuldades ou semelhantes, para provar a este (ou a si mesma) que é possível superá-las.

      Por fim, o estudioso Daniel Filho,  autor de livros e estudos a respeito, diz que as  pessoas boas são por isso mais suscetíveis às dificuldades financeiras e às doenças, entre outros problemas semelhantes.  

GERVÁSIO ANTÔNIO CONSOLARO - diretor regional da  Assoc. Fiscais de Rendas-SP, consultor tributário, agente fiscal de rendas aposentado, ex-delegado regional tributário, ex-assessor executivo da Prefeitura de Araçatuba, administrador, contador, bacharel em Direito, pós-graduado em Direito Tributário, curso  de gestão pública avançada pela Amana  Key e coach pela SBC.            g.consolaro@yahoo.com.br   


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