AGENDA CULTURAL

13.3.22

Guerra: armas só destroem a vida


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

"Olho por olho, e o mundo acabará cego." (Mahatma Gandhi)

Como um croniqueiro do interior paulista, um capiau, preciso me manifestar contra a guerra. Minha opinião vale quase nada, mas como parte da humanidade não posso me calar. Os belicistas, cada um ao seu jeito, argumentam favoráveis de um lado ou de outro: EUA e Rússia. Os pacíficos precisam se mexer.

Não existem razão na promoção da guerra, somos agressivos por natureza, por isso precisamos nos civilizar. A guerra é a barbárie. Os únicos segmentos que tiram proveito da guerra são os fabricantes de armas e os militares (não estou dizendo policiais), estes últimos justificam sua existem com a guerra. 

O governo norte-americano estava ávido por uma guerra, pois assim seus empresários fabricantes de armas terão mercado. Biden é diferente de Trump, mas tão armamentista quanto. O governo Putin também é armamentista, só ataca outra nação quem fabrica armas, além disso, deseja se manter no poder. Nada melhor do que uma guerra para um déspota.

Não existe maior agressão ao planeta e ao meio ambiente do que bombardeios. Neles perdemos toda a noção da grandiosidade do universo, bombardear é um absurdo.

A Europa, o berço da civilização ocidental, tão ciosa dos direitos humanos e da ecologia, é um continente guerreiro. Todas as grandes guerras começaram por lá. A guerra está na raiz histórica do surgimento de cada nação europeia.

Aliás, eu não considero elogio, é uma ofensa, chamar um homem de guerreiro ou uma mulher de guerreira só porque não desistem. Eles podem ser lutadores, persistentes, guerreiros não, pois precisamos ser da paz. Quem usa o vocabulário bélico não é pacífico. 

Pacífico não é o sujeito palerma, sem iniciativa, que não tem resposta para nada. O não violento não concorda com a safadeza e não se acovarda, combate-a pela argumentação, pelo diálogo, pela negociação, pela participação, porque sabe que a violência não constrói nada. 

Todos nós temos um percentual de agressividade e precisamos dominar o demônio que mora em nosso interior. Controlar-se, refletir a favor da paz todos os dias é um bom exercício. Dar as mãos na hora do cumprimento é mostrar que estamos desarmados.

Há muitas frases e versos a favor da paz, é hora de ressuscitá-los. Jesus Cristo é um pacífico, mas as igrejas nem sempre. Mahatma Gandhi também morreu pela paz. A Índia venceu a Inglaterra praticando a não violência sob sua orientação.

Paz não é ausência de guerra, é a prática do amor. Precisamos desarmar os espíritos em nosso cotidiano, vivendo e deixando o outro viver. Fazendo com que o outro viva. A guerra está mostrando mais uma vez que armas (ou arminhas) só destroem a vida. 

8 comentários:

Claudia disse...

Cenas de guerra que mais doem são aquelas em que os ministros se reúnem em luxuosos recintos, enquanto a população é bombardeada, estuprada e exposta à fome e ao frio intenso. Isso é desumano, é ridículo

Maria Zei Biagioni disse...

"Paz não é ausência de guerra, é a prática do amor."
Hélio Consolaro

Maria Zei Biagioni disse...

Excelente crônica,prof.Hélio

Ventura Picasso disse...

Ninguém dorme tranquilo tendo ao lado um vizinho nazista.

Emilia Goulart disse...

A vida segue apesar dos bombardeios enquanto o ser humano cultivar o amor.

Unknown disse...

Excelente crônica para o tempo da quaresma

Zé Ivo disse...

Sem maiores comentários. Um primor em poucas linhas. Parabéns!!

Anônimo disse...

Instinto,razão é sentimento fazes que determinados ditadores desconhecem o amor ao próximo e gananciosos fazem guerras...Parabéns pela crônica professor.