A cor da pele varia de acordo com a quantidade de melanina produzida e não pelo número de melanócitos
A cor de sua pele está diretamente
relacionada com a quantidade de melanina que ela produz. Se você for branco tem
pouca melanina, se for negro sua pele está cheia deste pigmento. A quantidade
de melanina não cria raças humanas diferentes e nem geneticamente dá para saber
quem produz mais ou menos este pigmento.
Não existe critério científico para
classificar os humanos em raças. Temos as etnias que são humanos caracterizados
pelas suas culturas diferentes e que devem ser respeitadas uma pelas outras.
Todos os humanos têm a mesma quantidade média de células produtoras de melanina
ou melanócitos, independentemente da cor da pele. Nos brancos, elas produzem
pouco melanina, nos negros muito mais. A melanina protege a pele da radiação
solar e os brancos têm muitas vezes mais cânceres de pele.
MELANINA E PIGMENTO
A melanina é pigmento como um pó bem
delicado que fica armazenado nas células epiteliais basais da epiderme em cima
dos núcleos para proteger seus genes dos raios solares, como se fosse um boné
ou chapéu. Os melanócitos parecem aranhas entre as celulas basais e doam a
melanina para as células vizinhas fazer sombra no núcleo,
Um melanócito não gosta de outro melanócito
e ficam sempre distante um do outro, separados por 4 a 8 células epiteliais.
Que incrível, esta distribuição uniforme permite uma cor homogênea ao corpo,
sem manchas ou pintas. A melanina produzida não é armazenada pelo melanócito,
mas doada para os vizinhos epiteliais.
Em latim, pigmento é “cor para pintar” e
são substâncias que colorem os líquidos e tecidos animais e vegetais ao se
depositarem no interior e entre as células como pós bem finos e coloridos. O
nome melanina vem do grego “melas” para identificar o que é escuro.
MEIO AMBIENTE
Produzir mais ou menos melanina ocorreu
pela adaptação ambiental como temperatura, relevo e alimentação nas migrações
que o homem fez pelos continentes, sempre tendo origem a partir da África.
Somos todos afrodescendentes!
Não importa os olhos azuis, cabelo loiro e
a pele branca, as informações que as células carregam nos genes herdados dos
antepassados revelam que nossa origem é africana. Mais de 75% dos brasileiros,
mesmos os brancos com pouca melanina, tem genes africanos.
O sol aumenta a produção de melanina com
bronzeamento e escurecimento da pele para aumentar os bonés de melanina sobre
os núcleos das células, protegendo seus genes da ação dos raios ultravioletas.
Diariamente o metabolismo das células da pele degrada este aumento da melanina
e, ao mesmo tempo, os queratinócitos tendem se descamar e renovar a cada 25
dias, com retorno à cor normal, exceto se ficar exposto continuadamente ao sol.
Até uns 10 mil anos atrás todos os homens
em qualquer continente tinham uma morfologia craniana de padrão africano. O
surgimento de tipos físicos como os caucasianos europeus e os asiáticos de
olhos puxados e face plana, seria um fenômeno biológico muito recente e logo
depois que o homem se espalhou por toda a Terra.
REFLEXÃO FINAL
A genética não consegue identificar no
laboratório a que “raça” pertence um determinado indivíduo pelos genes. Não
existe um perfil genético específico para raça a partir da cor da pele. Até é
possível geneticamente identificar a etnia das pessoas e a sua origem
geográfica, mas não a cor da pele. Se for preciso, use os termos etnia ou a região
de origem da pessoa. Raça humana é uma só, mas a erva daninha da ignorância
sempre teima em brotar entre nós na forma de preconceito e cinismo! Em tempo: sua pele é assim pela quantidade de melanina produzida pelos melanócitos e nada
mais. Viva a diferença!
pela USP - consolaro@uol.com.br
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