Um dos sinos e campanários na USP em São Paulo como a chamar os cidadãos para usufruírem do saber acumulado! |
A essência da universidade é formar o
cidadão que a frequenta, capacitando-o a analisar, observar, pensar, criticar e
julgar para que possa, com propriedade, propor soluções, dar respostas e abrir
portas para novas ideias e gerações. O indivíduo que passa pela verdadeira
universidade acaba se formando profissional pelos métodos que se utilizou para
aprender a ser um cidadão crítico, analítico, pensante e cético, sempre
querendo aplicar o método científico em suas observações.
1 - FORMAR PROFISSIONAIS
Não é a essência da universidade. Ela forma
profissionais também, mas a primeira meta é que seja um cidadão crítico,
analítico, pensante e criativo. Muitas instituições formam profissionais, e
muito bem, como colégios profissionalizantes, escolas de Sesi e Senac e muitas
outras.
Se uma universidade se preocupa só em
formar bons profissionais e não prioriza formar o cidadão crítico, analítico e
pensante, ela cumprirá a missão de uma escola profissionalizante, como existem
tantas outras, e a essência universitária não estará sendo cumprida.
2 - FAZER PESQUISAS
Tantas outras entidades fazem pesquisas
como farmacêuticas, empresas, institutos de pesquisa, Embrapa e muitas outras.
Na universidade as pesquisas servem para produzir o novo conhecimento, mas se
faz pesquisas para servir à sua essência que é formar o cidadão analítico,
crítico e pensante a partir de seus métodos, critérios, resultados e
interpretações finais e conclusivas.
Se a pesquisa na universidade é só para
apresentar resultados e propor o conhecimento novo, sem priorizar a formação
cidadã do graduando e pós-graduando, esta universidade não cumpre a sua
essência, comporta-se como uma empresa fomentadora de pesquisa para criar
patentes e marcas registradas e ganhar o seu dinheiro licitamente.
3 - PRESTAR SERVIÇOS
Claro que não! Várias entidades prestam
serviços na comunidade como igrejas, clubes de serviço, associações, Sesi,
Senac e muitas outras. A preocupação delas é ajudar as pessoas a sobreviver e a
viver dentro do seu contexto.
Já universidade presta os serviços sociais
como assistência médica, odontológica e jurídica, além de consultoria e
serviços para inúmeras áreas, como uma ferramenta para treinar o graduando e
pós-graduando a ser crítico, analítico, pensante, observador e cético. Afinal,
esta é a sua essência, pois serviços sociais outras entidades fazem e, muitas,
de forma exemplar.
REFLEXÃO FINAL
A essência da universidade usa estas três
ferramentas (pilares, modos, facetas, vertentes ou qualquer outro nome de
identificá-las) para iniciar, treinar e formar o cidadão consciente, pleno,
crítico e analítico, além de criativo e participativo. A universidade
verdadeira recebe o jovem e o devolve à sociedade como um cidadão profissional
formado para ele participar de sua vida comunitária plena com participação
política, social, livre e questionadora.
Muitas universidades não cumprem seu papel.
São escolas profissionalizantes ou colégios formadores de mão de obra para um
mercado mais requintado, que assim se inserem na sociedade sem participar dela
de forma crítica, analítica, pensante e questionadora! Tendem a ser
profissionais mais passivos e manipuláveis.
A verdadeira universidade só existe em ambiente de muita liberdade ou então com muita resistência a uma forma opressora de autoritários estranhos a ela. A USP esta semana demonstrou, mais uma vez na história brasileira, que exerce plenamente a sua essência sempre que a sociedade a conclama para ser sua vanguarda e fazer o pensamento coletivo evoluir!
Professor Titular da USP
FOB de Bauru
consolaro@uol.com.br
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