Aos 67 anos, Thomas Edison voltou para casa cedo, uma noite, depois de
mais um dia no laboratório. Pouco depois do jantar, um homem entrou correndo em
sua casa com notícias urgentes: tinha começado um incêndio no campus de
pesquisa e produção de Edison a poucos quilômetros dali.
Carros de bombeiro de oito cidades vizinhas correram para o local, mas
não podiam conter as chamas alimentadas pelas estranhas substâncias químicas
nos vários prédios, chamas verdes e amarelas lançavam-se à altura de seis ou
sete andares, ameaçando destruir todo o império que Edison havia passado a vida
construindo.
Calma, porém rapidamente, Edison aproximou-se do incêndio, por entre
centenas de observadores e funcionários arrasados, procurando o filho. “Vai
buscar sua mãe e todos os amigos dela”, falou ao filho com excitação infantil.
“Eles nunca mais verão um incêndio como este.”
O quê?!
“Não se preocupe”, Edison o acalmou. “Está tudo bem. Só nos livramos de
um bocado de lixo.”
Foi uma reação espantosa. Mas, pensando bem, não havia realmente outra
resposta.
O
que Edison deveria ter feito? Chorar? Ficar zangado? Abandonar tudo e ir para
casa?
De que, exatamente, teria servido isso?
Você sabe a resposta agora: de nada. Portanto, ele não perdeu tempo se
lamentando. Para fazer grandes coisas, precisamos ser capazes de suportar
tragédias e reveses. Temos que amar o que fazemos e tudo o que isso acarretar,
bom ou mau. Temos que aprender a encontrar alegria em cada coisa que acontecer.
Claro, havia mais do que apenas um pouco de “lixo” nos prédios de
Edison. Anos e anos de inestimáveis registros, protótipos e pesquisas viraram
cinza. Os prédios, que haviam sido construídos com o que supostamente era
concreto à prova de fogo, tinham sido segurados por apenas uma fração de seu
valor. Pensando que estavam imunes a tais desastres, Edison e seus investidores
estavam cobertos por apenas um terço dos danos.
Ainda assim, Edison não ficou inconsolável,
não como poderia e provavelmente deveria ter ficado. Em vez disso, o incêndio o
revigorou. Como contou a um repórter no dia seguinte, ele não estava velho
demais para começar de novo. “Já passei por muitas coisas como esta. É o que
impede um homem de se sentir entediado.”
Em cerca de três semanas, a fábrica estava parcialmente de pé e
funcionando. Em um mês, seus homens estavam trabalhando dois turnos por dia,
produzindo novos produtos que o mundo jamais vira. Apesar da perda de quase 1
milhão de dólares (mais do que 23 milhões em dólares atuais), Edison reuniria
energia suficiente para fazer quase 10 milhões de dólares em receita naquele
ano (mais de 200 milhões de dólares hoje). Ele não só sofreu um tremendo
desastre, mas se recuperou e reagiu espetacularmente.
O próximo passo depois de descartarmos nossas expectativas e aceitarmos
o que nos acontece, depois de compreendermos que certas coisas – principalmente
coisas ruins – fogem ao nosso controle, é este: amar o que nos acontecer e
enfrentar isso com infalível alegria.
É o ato de transformar o que devemos fazer no que conseguimos fazer.
Colocamos nossas energias, emoções e esforços onde terão real impacto. Este é o lugar. Vamos dizer a nós mesmos: Isso é o que eu tenho que fazer ou suportar? Bem, eu poderia também me sentir feliz com isso.
Gervásio Antônio Consolaro, diretor da AFRESP, ex-delegado regional tributário, auditor fiscal da receita estadual aposentado, formado em administração, ciências contábeis e bacharel em Direito.
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