No
dia 4 de julho de 2024, quinta-feira, quem passasse pela rua General Glicério
de Araçatuba, defronte ao Centro Cultural Thathi (antigo Cine Pedutti)
estranharia a presença de tantas viaturas da Polícia Militar do Estado de São
Paulo. E ao fundo, lá de dentro, uma voz masculina cantando Boate
Azul.
Quem
foi homenagear os 50 anos da Banda Regimental de Música do CPI 10, Araçatuba,
com a presença do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo,
pensou que fosse encontrar dobrados ou músicas apenas orquestras. Foi muito
diferente, apenas músicas populares que foram cantadas com a plateia.
Cover de Elvis Presley |
Militares
fardados cantaram como verdadeiros artistas. Executaram músicas de filmes,
depois uma sequência de Tim Maia que, com certeza, em sua vida, fugira da
polícia, foi homenageado. Roupa Nova. Várias músicas sertanejas, e para
disfarçar que a coisa era séria, cantou-se uma música gospel. E a plateia ia ao
delírio.
Uma
apresentação especial comoveu os presentes, uma performance de Elvis Presley,
chegando a ser um cover. Nessa apresentação, o militar se fantasiou como o
cantor norte-americano, sem farda. Distribuiu lenços mil para a plateia, como
fazia o verdadeiro Elvis. E para não fugir ao padrão, um dos cantores pediram
para que todos acendessem a lanterna de seus celulares.
Certamente,
o militar da banda, do corpo musical, já tinha essa formação quando se engajou,
coube ao comandante separar o bloco de quem sabia tocar algum instrumento e
formar uma corporação musical.
Aqueles
militares músicos não perseguem bandidos nas ruas, só extraordinariamente. Ser
músico é até uma forma de o soldado se proteger da violência da ação policial,
ficar nos serviços administrativos
No
teatro Thathi, foi um palco de êxtase, onde todos riam, felizes, corporação e
plateia, como exemplo de que a utopia da pacificação é possível. Havia muita
gente da família militar presente, mas não era só. Eu e a Fátima estávamos lá
para ouvir música.
Está
provado de que a arte humaniza a pessoa, deixa-a mais sensível, abre as portas
do emocional. Policiais são pessoas que não podem se contaminadas pelo ódio.
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