AGENDA CULTURAL

1.2.25

Assim caminha a música brasileira - Marcos Francisco Alves



Uma amiga querida, doutoranda, apreciadora de vinhos, alertando sobre  as        "músicas" atuais: impossíveis de  ouvir. Ela, eu e mais uns/ umas, crescemos ouvindo MÚSICAS com ótimas letras. 

Hoje, estamos sob ataques do sertanojo, financiado pelo agro para manter o gado submisso, alienado e mugindo letras imbecis e idiotas. Dizem, eles/as, "cantores/as" para ganharem   apoio,  que são " do agro". E soltam os besteiróis  estrada abaixo para felicidade geral dos/as fãs. Mark Twain parece ter razão quando disse que "Deus deve amar muito os idiotas: fez tantos!".

O sertanejo tradicional e o caipira surgiram  nos meados do século 20 Tocavam e cantavam as vicissitudes do campo, dificuldades diárias, amores etc. Nada contra esses cantares que expressavam a situação agrária do campo.

A partir de 1.990, com a aceleração do desenvolvimento industrial e consequentemente urbanização das cidades, aquele romantismo tradicional das tradições do campo, belezas e pureza, foram cooptadas  pelas cidades com o surgimento do sertanejo universitário logo turbinadas pelo agronegócio (lembrando: o agro é pop!). 

A tática é simples: pela cooptação, mostrar que o agro é quem produz a comida que o país consome onde se sabe...Ou quem sabe...Que quem bota essa comida na mesa...75% dela provêm da agricultura familiar: pequenos e médios produtores rurais (atenção pequenos idiotas: há exceções dentre os grandes produtores/as).

E explode o sertanejo universitário cada vez mais pop rock medíocre, com letras açucaradas, despolitizadas, baladas, bebedeiras e traições com intuito de manter a alienação.

Os investimentos  de grande parcela do agronegócio alavancam e enriquecem esses/as 'cantores/as" com ônibus, jatinhos etc e monopolizaçâo  das mídias bem como de centenas de cupinchas que se dizem "sou do agro".

Passo seguinte, esse sertanejo torna-se trilha sonora  da bancada ruralista. Para muitos tornam-se sertanojo. E expressam todo o conservadorismo, reacionarismo de quem os banca comercialmente. O fundo do poço atual é quando, grande parte dessa turma, apoia Bolsonaro. Casamento com o nazifascismo  Para muitos, viram sertabostanaro. Alienação de um lado e a bandidagem cresce no outro lado: invasão de terras indígenas, desmatamentos ilegais, violações  de leis ambientais, garimpos criminosos, assassinatos de nativos, fuga de capitais etc etc...E a morte da cultura nacional: festas tradicionais no Nordeste  atacadas pelos sertabostonaros!.

Carnaval a próxima investida???

Enquanto isso, nós outros/as, aguardamos... " Esse  silêncio todo me atordoa/ Atordoado eu permaneço atento/ Nas arquibancadas para qualquer momento/ Ver emergir o monstro da lagoa..." ( Cálice. Chico Buarque/ Gilberto Gil). E irá emergir. 

*Marcos Francisco Alves, professor. Janeiro de 2025


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