AGENDA CULTURAL

26.2.25

Soltaram o diabo e não avisaram Deus


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

A situação do município de Araçatuba é esta: matam três hoje e há mais quatro amarrados para amanhã. Ando assustado com tantos assassinados e acidentes de trânsito. Há até filho matando mãe.

Não tenho a solução e nem quero culpar ninguém, mas andamos tramando contra o universo. De repente, parece que ele está começando a se irritar.

Uma igreja em cada esquina, um bar em cada quarteirão. E os corpos se avolumam no Instituto Médico Legal. Corpos em todas as faixas etárias. Os órgãos de comunicação só noticiam crimes e mortes violentas. E há os suicídios que não são divulgados. Um crente, meu vizinho, me disse que soltaram o diabo e não avisaram Deus.

Digitei na inteligência artificial as palavras: ordem, pecado e mercado. A resposta veio falando de teologia da prosperidade, revolução tecnológica, valorização do ter, família. Bem desconfiava que o tema exige uma reflexão profunda.

OUVI O LIVRO DA RITA LEE

Pela primeira vez, ouvi um livro. Graça ao audiolivro "Rita Lee - uma autobiografia". Recebi o presente da Claro, por meio do aplicativo SKEELO. Achei legal, celular ligado no fone de ouvido e eu viajando para Goiás no busão. Valeu a pena ouvir e ouvir na voz da própria Rita Lee. Ela fez a obra antes de morrer. E como estamos vivendo o carnaval e Rita é uma paulista que está sendo homenageada por um bloco, convido os internautas para ouvir o livro (ou ler) se seu carnaval for meio paradão.

ESCREVEU Guilherme Samora, jornalista e estudioso do legado cultural de Rita Lee:
“Do primeiro disco voador ao último porre, Rita é consistente. Corajosa. Sem culpa nenhuma. Tanto que, ao ler ou ler o livro, várias vezes temos a sensação de estar diante de uma bio não autorizada, tamanha a honestidade nas histórias. A infância e os primeiros passos na vida artística; sua prisão em 1976; o encontro de almas com Roberto de Carvalho; o nascimento dos filhos, das músicas e dos discos clássicos; os tropeços e as glórias.
Está tudo lá. E você pode ter certeza: essa é a obra mais pessoal que ela poderia entregar de presente para nós. Rita cuidou de tudo. Escreveu, escolheu as fotos e criou as legendas e até decidiu a ordem das imagens , fez a capa, pensou na contracapa, nas orelhas... Entregou o livro assim: prontinho. Sua essência está nessas páginas. E é exatamente desse modo que a Globo Livros coloca a autobiografia da nossa estrela maior no mercado.”

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