AGENDA CULTURAL

25.12.09

Década de 10



Hélio Consolaro*
O 2000 no calendário foi ontem, mas já estamos na  década de 10. Até parece pleonasmo, mas adentramos a nova dezena de anos. Quando menino, ouvia os velhos dizerem na década de 10, nos anos 20. Os números se repetem no novo século.
Já há meninos e meninas na escola que nasceram no novo milênio.  Houve muita confusão, inventaram até o “bug do milênio” que foi uma piada, como a gripe suína. Até diziam que o mundo ia acabar, e a mesmice persiste. Ainda bem!
Nós gostamos de histórias da carochinha. A cada ano adivinhos nos despejam previsões que não se realizam. Só não queremos crer na dengue porque ela é sem magia, dura realidade.  
Quando criança, eu fazia o cálculo para saber a minha idade no ano 2000: teria 52 anos. Imaginava-me um velho, duvidava se estaria vivo ou não com tal idade, pois a longevidade do brasileiro era menor do que isso. Em 2010, farei 62, e a média de idade das pessoas viverem é bem maior. Ainda vejo estrada pela frente.
No caminho da humanidade, muita coisa mudou, principalmente nos avanços tecnológicos, na medicina. Naquele dia em que ficamos sem luz por algumas horas da noite, pensei como era chata a vida humana sem a energia elétrica. Nada funcionava, ter que ir dormir com as galinhas, num isolamento infernal. Pelo menos, hoje, conhecemos o planeta pela mídia.
Por mais que sejamos otimistas, na essência, mudamos pouco, as histórias de amor são quase as mesmas, apenas mudaram as armas do crime. As guerras continuam santas. Como canta Caetano Veloso: Osama Bin Laden e Condoleezza acreditam em Deus.
Ainda não superamos o dilema se o homem é mau por natureza ou se é a sociedade que o faz truculento. Se a  violência é natural, o problema não existe. Se Deus faz tudo por mim, sou marionete. 
Será que esse mundo é um vale de lágrimas, lugar de purgação, ou é um paraíso, onde nascemos sem receber nenhum manual de instrução? Os profetas pregam, mas estão na Torre de Babel. Há até quem diga que fomos expulsos do Éden.  
Alguns encontraram a resposta à pergunta “Por que existo?” e se sossegaram. Muitos nunca se fizeram tal pergunta. Outros continuam angustiados, por isso buscam as terapias.
Não importa, caro leitor, em que grupo esteja. Vivamos um pouquinho cada vez, neste jeito louco de que a humanidade inventou de medir o tempo. Deixemos o passado como nosso alicerce, o futuro é a abóboda celeste.

Só posso lhe desejar um 2010 bem legal    

2 comentários:

Patrícia Bracale disse...

Que em 2010 possamos fazer melhores escolhas...
Felicidades Mil

jhamiltonbrito.blogspot.com disse...

Professor, a Patrícia vai entrar nas nossas MELHORES escolhas?
Já chega um fescenino pro ano.