AGENDA CULTURAL

17.4.14

Quem viaja muito

Hélio Consolaro*

Cidade de Foz de Iguaçu
No tempo em que o Paraguai era o mundo das sacoleiras, nunca tive a curiosidade de viver o inferno das compras na Cidade Del Leste, nem testemunhar como era difícil atravessar a Ponto da Amizade. Hoje, depois do mercado brasileiro ser invadido por produtos chineses, baldear mercadoria em sacolas se tornou um mau negócio.
 
Helena e Hélio Consolaro defronte ao portal do Parque das Aves
Agora, quem vai às compras são turistas, que se beneficiam no preço das mercadorias pela falta de pagamento de impostos no lado paraguaio, mas o mundo dos produtos falsos, da pirataria industrial, continua forte, como comprar um relógio Rolex por R$ 30,00, uma camisa Estivanelli por R$ 25,00, assim por diante.
Helena e Hélio Consolaro defronte ao portal do Parque Nacional do Iguaçu
Na Foz do Iguaçu, há a segunda maior comunidade árabe do Brasil. O domingo amanheceu fresco e tive de negociar uma jaqueta com um libanês em sua banca montada defronte ao hotel. Muito lindona, paguei R$ 65,00 depois de muita pechincha, o que por aqui pagaria mais de R$ 200,00. Ela tem todos os bolsos e acessórios, ainda não descobri o defeito dela para custar tão pouco.   
 
Helena e Hélio Consolaro nas Cataratas do Iguaçu
Participei, juntamente com a Helena, de uma excursão organizada pela Sheila Zafalon para a Foz do Iguaçu, porque não me perdoava de não ter conhecido a sétima maravilha da natureza mundial, que são as cataratas produzidas na foz do Iguaçu. Gosto de excursões porque fazemos amizades. A turma começa meio desconfiada, olhando o outro com certa formalidade, já na chegada da volta, predominam certas liberdades, como se fôssemos velhos amigos.
 
Cidade del Leste - lado paraguaio
No primeiro dia, compras na Cidade del Leste. As mulheres se encheram de sacolas. No segundo dia, passeio pelo Parque das Aves e Parque Nacional do Iguaçu. O primeiro, de propriedade particular; o segundo, do governo federal, mais precisamente do Instituto Chico Mendes. Ambos bem cuidados.
 
Duty Free Shop - Puerto Iguazú - lado argentino. Tudo muito caro, bem diferente dos lados paraguaio e brasileiro
No Parque das Aves, percorremos o local pelas trilhas. Muita vegetação e muitas aves que vivem em grandes viveiros que incorporam árvores. No Parque Nacional do Iguaçu, passeia-se em grandes ônibus. Construíram elevadores, píer para que cheguemos bem perto das cataras, tomando um banho com os respingos de água. Usa-se capa de chuva.
A melhor visita ao lado argentino foi à feirinha de Puerto Iguazu: embutidos de toda espécie, aperitivos, vinhos. E tudo em peso, saindo barato para os brasileiros. Há lojas  também
 No terceiro dia, visitamos a grandeza da binacional Usina de Itaipu, a maior usina do mundo em produção de energia elétrica. O tamanho da obra contaminou Foz do Iguaçu que saltou de 30 para 260 mil habitantes. Nela não se constroem indústrias, é proibido. A preservação da natureza é a fonte de renda da cidade. Na verdade, ela forma um complexo urbano de 700 mil habitantes com Cidade del Leste (lado paraguaio) e Puerto Iguazú (lado argentino). 
 
Todos excursionista - a melhor foto 
Não sei se quem viaja bastante vai para o céu, mas tenho certeza de que a passagem do tempo se torna saborosa. Ganha-se muita sabedoria para viver 
nossos dias.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP   

        

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