AGENDA CULTURAL

24.1.16

Boa leitura: Eva Luna, de Isabel Allende


328 páginas, R$ 44,00
Eva Luna é uma novela escrita por chilena romancista Isabel Allende em 1987 e traduzido de Espanhol para Inglês por Margaret Sayers Peden. Eva Luna leva-nos para a vida do protagonista de mesmo nome, um órfão que cresce em um país não identificado na América do Sul. Enquanto a história política do país, traçada através de várias décadas de meados do século 20, tem muitas semelhanças com o Chile (nacionalidade originária do autor), a geografia e contexto social da história retratam uma sociedade mais semelhante a Venezuela (onde ela foi exilado para mais de uma década). Wikipedia


Hélio Consolaro*

Acabei de ler "Eva Luna", de Isabel Allende. Catei o livro na minha biblioteca particular, o volume 12 da coleção "Mestres da Literatura Contemporânea", editoras Record/Altaya. Coleção vendida em bancas de revistas. Passei com ele os momentos enfadonhos de uma viagem.

A autora é peruana por acaso, mas chilena por tradição e formação, parenta do presidente chileno assassinado em 1973, Salvador Allende. Só por isso, perseguida pelos homens de Augusto Pinochet, o golpista. 


Não é o primeiro livro dela, sendo o primogênito o romance "A Casa dos Espíritos", que já se tornou filme. O tema do feminismo latino-americano é recorrente nas obras de  Isabel Allende.


Eva Luna é narradora de primeira pessoa, que nasce num paraíso, como sua homônima, e é criada meio sem mãe e sem pai, produto da miscigenação das raças num país latino-americano não identificado. Gerada por um pai índio no leito de morte.


A narração de primeira pessoa ganha contornos impertinentes com o foco narrativo adotado, porque se comporta, às vezes, como onisciente. O leitor se esquece em certos momentos que narradora é Eva Luna. Não se trata de erro, mas de técnica.


Diferente de livros anteriores, no terceiro, a autora trabalha com uma personagem feminina pobre, marginalizada. Há uma contraposição entre Eva Luna e a árabe Zulema. A segunda chega à morte por suicídio por não saber enfrentar a dominação masculina, enquanto a primeira conta histórias e com a palavra domina o mundo, sai da submissão. Aprende a escrever na adolescência e passa a ser escritora, a escrever novelas para a TV.



Isabel Allende
O ato de ela fugir de Água Santa para a capital e rasgar o bilhete com endereço de uma pessoa para lhe socorrer, oferecendo guarida, passado por Riad Halibi, é um rasgo de não à submissão, não ia ser uma amante do "turco". 

Há trabalhos profundos feitos em cima do livro Eva Luna, paremos por aqui, deixe o leitor descobrir a obra com sua leitura. Como livro da literatura latino-americana, a narrativa é bastante cruzada, mas não tanto como Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marques, prêmio de Nobel de Literatura de 1982. Recomendo a leitura. Livro com 328 páginas, R$ 44,00. Procure o livro na biblioteca de sua cidade.
 

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