Ao lado de um pé de tamarindo, viver é um risco

Dona de casa morre após cair de pé de tamarindo em Araçatuba

Segundo o boletim de ocorrência, o galho que a vítima subiu estava podre - 10/10/2019

A notícia é velha, mas escrever alguma coisa ainda na quentura do corpo da vítima não é recomendável. Cair de árvore é um risco de lugar que cuida do verde.

Eu mesmo caí de uma goiabeira, em minha meninice, lá de cima, que até hoje tenho trauma de alturas. Ando de avião, mas subir numa escada me provoca tremor.

Tamarindo é o fruto, tamarindeiro é a árvore grande. Segundo a fitoterapia, o tamarindo "é uma fruta originária da África com poder antioxidante e anti-inflamatório. Tem efeito laxativo e diurético, auxilia no controle da pressão". Planta milagrosa.

A poupa que envolve as sementes dentro de vagens é bem azedinha. Nunca vi nada do tamarindo que fosse industrializado, apenas a poupa congelada e embalada em saquinhos plásticos, semimanufaturada. O fruto é azedo; o suco, delicioso.

A dona de casa de 47 anos que caiu do pé e morreu, era acostumada a subir naquela árvore frutífera nos arredores do conjunto habitacional Águas Claras, mas como diz o ditado popular "macaco que muito pula, numa hora se agarra num galho seco". E assim aconteceu com ela também.

Nos comentários de leitores do site noticioso Regional Press, houve até quem levantou a hipótese de a morte da dona de casa ter sido provocada por erros médicos. É bom dizer que não é só câncer e acidente automobilístico que matam, muita gente morre por bobagens, como cair de árvore, tombo de bicicleta, etc. Como afirma a filosofia popular: "para morrer, basta estar vivo".

Ninguém quer morrer. "A vida está dura, mas me deixe por aqui." Não é possível escolher o jeito de morrer, mas cair de um pé de tamarindo é uma morte bem romântica, como se a vítima fosse um selvagem, um índio, morador da floresta. Quem morre assim, com certeza, vai para o céu, mas não ganhará rua com seu nome. E daí?