AGENDA CULTURAL

28.5.20

A fé para viver melhor - Gervásio Antônio Consolaro




Em tempos de pandemia, precisamos ter muita esperança que vai melhorar, nada melhor ter fé, acreditar em um ser superior, através da religiosidade ou da espiritualidade, e para os ateus convictos, não tendo crença numa divindade, com certeza têm grandes propósitos nobres para manter a pulsão em viver, como família, amigos, poesia, filosofia, natureza. Para colaborar, fizemos algumas pesquisas para trazer um tema de importância na atualidade.

Estudos comprovam que ter algum tipo de crença religiosa ou espiritual faz bem à saúde, aumentando a qualidade de vida, a longevidade e até mesmo a velocidade com que se recupera de doenças. Pessoas de fé também são, no geral, mais felizes, otimistas e têm mais esperança no futuro. Centenas de estudos científicos ao longo dos anos mostram esses benefícios.

Mas é aí que a ciência termina. Ao menos por enquanto. É possível medir os efeitos da fé e da espiritualidade, a maneira como são processadas no organismo, no cérebro. Mas não é possível provar nada sobre o objeto – ou os objetos – da fé. Estatísticas variam, mas algo entre 85% e 98% da população mundial acredita em Deus ou algum tipo de força superior, apesar da impossibilidade de comprovar sua existência de forma categórica. 

Essa é a própria definição de fé: acreditar em alguma coisa contra todas as evidências.

A crença religiosa é tão prevalente que há quem defenda que fomos programados para isso, como disse o jornalista britânico Nicholas Wade, em seu livro O Instinto da Fé, ele defende de que o comportamento religioso inscreveu-se em nosso sistema neural há mais de 50 mil anos, por meio da evolução da espécie.

Seja por via da evolução ou não, a espiritualidade é um anseio de todos nós por algo transcendente. Já a religiosidade é algo mais específico: é a organização da fé em um sistema de crenças. Rituais, preceitos, como rezar, o que não fazer, tudo isso no campo religioso. As religiões fazem parte da cultura e, assim servem também para expor a visão do mundo de determinado grupo ou sociedade.

Viver mais e melhor: o psiquiatra americano Harold Koenig é um especialista mundial na relação entre a fé e saúde. Em seu livro Medicina, Religião e Saúde, comenta que pessoas que frequentam algum culto religioso ao menos uma vez por semana têm 40% menos chances de desenvolver hipertensão e 29% mais chances de viver mais, em um comparativo com as que não vão a qualquer tipo de rito.

Essas pessoas têm, em média uma tendência três vezes maior a ver o lado bom das coisas, e têm menor probabilidade de desenvolver depressão. Pessoas que seguem alguma crença vivem mais, são mais felizes e têm mais recursos internos para lidar com doenças graves.

Por fim, o que se sabe é que esses benefícios têm a ver com três fatores: o primeiro é a influência das religiões na adoção de hábitos saudáveis; o segundo é o apoio social, maior entre aqueles que participam de uma comunidade religiosa; e o terceiro é o valor que a pessoa atribui à crença em si, o que lhe dá maior senso de propósito e força para enfrentar as adversidades.  

*Gervásio Antônio Consolaro, ex-delegado regional tributário do estado, agente fiscal de Rendas aposentado. Assessor executivo  da Prefeitura de Araçatuba, administrador de empresas, contador, bacharel em Direito e pós-graduado em Direito Tributário .

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