Mulher magrela

Hélio Consolaro

Dona Raimunda Dona Raimunda
Eu agora vou falar olha o poder que tem a bunda (Caju e Castanha)

Para não escrever sobre política, porque o leitor está chateado com isso, fico inventando assuntos exóticos. Assim, a raiva passa.

Veja se não tenho razão, caro leitor. Política também dá humor, pois a seleção brasileira tem como treinador Dunga, que não é o presidente da Câmara de Vereadores de Araçatuba.

E veja a coincidência: o treinador Dunga chama o Jorginho para ser seu auxiliar técnico. A mesma panela que existe em Araçatuba, manda na seleção brasileira. Logo, logo o Jorjão vai ser presidente da CBF. Muita coincidência!

Bem que os puritanos desejariam que eu usasse “tuberosidades calipígias”, mas ninguém ia entender que era bunda. Então, vou direto ao assunto.

Antigamente, quando não existia silicone, essas modernidades, a mulherada era mais grosseira para enganar os homens. Para compensar a falta de sorte, usava sutiã ou calcinha com enchimento para ficar mais sensual, provocar os homens.

Com bunda grande e bem feita a mulher se sente bem/ Onde passa todos olham, mas a mulher que não tem / Faz um gesto e sai olhando quem sabe até desejando ter / Bunda grande também. (Caju e Castanha)


O rapaz namorava, quando ia apertar as duas buzinas, murchavam como bola furada. Que decepção! E se fosse mais ousado, em vez de anca, beliscava uma almofada no traseiro.

Mulher batida sem bunda é a maior negação/ Busto pequeno e magrela não tem a mínima atração/ Mulher que tem bunda cheia ainda que seja feia/ A bunda chama atençã. (Caju e Castanha)


Raimunda é aquela feia de cara, mas boa de bunda. Na hora H, põe-se um travesseiro na cara, e pronto. Nem todo homem usa a segunda via da mulher, nem toda mulher a oferece, mas achar a flor lilás em meio a gravetos não é nada agradável. A sustância é sensual.

Tudo isso acontece, porque o brasileiro é vidrado em bunda. Nem precisa ter prendas domésticas.

Mulher de bunda bem feita tem sempre um andar faceiro
Que atrai a simpatia do mais nobre cavalheiro
Que com ela se depara antes de olhar a cara
Olha pra bunda primeiro. (Caju e Castanha)


Como o casal em lua de mel. Na cama, a moça disse ao rapaz:

- Sabe, amor, eu não disse a você, mas eu não sei fazer nada de nada!

- Não se preocupe, minha linda! Tire a roupa e deixa que eu faço o restante!

E ela, muito meigamente, responde:

- Não, amor! Sou boa de cama! O que eu não sei é lavar, passar, cozinhar...

É a virgindade moderna. Não se zangue com deboches, caro leitor, rir de nossas próprias limitações é uma forma de amadurecimento, atingir o mundo das excelências de nossa vida interior.