AGENDA CULTURAL

20.3.07

Bar do Toninho


Hélio Consolaro

A cidade se expressa pelos burburinhos de seus bares, de suas lanchonetes. Não dá para entrar em todos, porque barrigudinho bom, bebedor de cerveja, faz ponto, não bebe em qualquer lugar.

Não se sabe por que um bar é bem freqüentado, qual é o segredo, como são os casos do Bola 7, em Araçatuba; e o Bar do Toninho, em Penápolis. Quando se quer conversar a dois, um ouvindo o outro, sem o cantor que ninguém ouve, mas ele também não deixa ninguém conversar, o casal procura um lugar vazio, pouco freqüentado. Meia hora depois, descobre-se o porquê daquele desolamento: mau atendimento, péssima comida ou preço nas nuvens.

Como jovem tabaréu, nos idos dos anos 70 e 71, aprendi a vida boêmia em Penápolis. Vivi intensamente dois anos como estudante na Terra de Maria Chica, comecei a beber Campari servido pelas mãos do Dioguinho, no Caneco de Ouro, tomado em companhia de colegas e professores da faculdade. Trem amargo!

Como não recebia mesada de papai, eu trabalhava como escriturário na Casa da Agricultura (unidade local da secretaria estadual da Agricultura). Pagava faculdade e despesas da república, por isso o dinheiro não dava para a vida boêmia. O negócio era beber fiado.

Em 1972, mudei-me para Rosana-SP, onde fui lecionar, deixando muitas contas gritando em lanchonetes de Penápolis. Espero que suas gargantas tenham cansado nestes 40 anos... As dívidas já caducaram. Kkkkkkkkkkkkkk!

Agora, em fins de semana, levado pelas mãos de Joana Paro, freqüento o Bar do Toninho, cujo proprietário, Sr. Antônio Gomes Pires Júnior, foi homenageado pela Câmara Municipal de Penápolis.

Lá são servidos a melhor dobradinha e a cerveja mais gelada da região. A freguesia é tradicional, há gente que se senta à mesa do Bar do Toninho há décadas, sempre no mesmo lugar, como as estrelas no céu. Apesar do “bebo sim”, naquela mesa não está faltando ele.

Como preciso me precaver, confesso de antemão que em 1977, ano em que Toninho comprou o bar, eu já havia voltado para Araçatuba, portanto se o Márcio ou a Keka (filho e nora do Toninho) me apresentarem alguma dívida da década de 70, não a reconheço. Kkkkkkkkkkk!

Essa confissão pública de “caloteiro estudantil” deste croniqueiro pode gerar problemas, até algum barbado se apresentar como meu filho... Kkkkkkkkk!

Então, caro leitor, que tal tomar a saideira no Bar do Toninho! Ele fica aberto madrugada adentro, o Márcio faz plantão, é companhia aos notívagos. Afinal, um bar é abrigo da poesia, freqüentado por poetas que, às vezes, nem se descobriram, ficou apenas o desajuste.

Um comentário:

Anônimo disse...

é lá que vc leva a gatinha veião?