AGENDA CULTURAL

3.5.07

Cadê o noivo?


Não sei, caro leitor, ando meio chateado com a revista Noiva, da Folha da Região, porque sem noivo não há noiva. O zangão pode ser inútil, morrer na noite de núpcias com a rainha, sendo assassinado por ela, mas ele está lá com sua presença de meteoro. Daqui a pouco, as mulheres vão se casar sozinhas!

Não vi a revista no prelo, mas assim mesmo lhe faço um desafio, caro leitor, procure em cada página para ver se acha o noivo em destaque. Tudo que é do noivo é mais barato: o terno, o cabeleireiro... Veja os anúncios!

No casamento mesmo, na igreja, na hora de dizer “sim” diante do presbítero, o cara vai meio dependurado na noiva, como se fosse uma grande boneca de pano sendo arrastada pela menina.

Então, caro leitor, achou página com algum noivo todo garboso? Não falei? Houve concurso para escolher o noivo mais bonito? Ser capa da revista? Lógico que não. Sabe por quê? Ao lado de toda noiva bonita (se for convidar o noivo da vencedora, por exemplo), tem um canhão como namorado. Parece sina, carma, coisa mandada. Não ligue, não, namorado da Juliana Barbosa (lindíssima noiva da capa), é ciumeira mesmo, inveja pura do Consa.

Não se zangue, caro leitor. Você não vai perder por esperar. Esta crônica é um cavalo de Tróia, estou levando um veneno na panela do formigueiro... Ou melhor, para ser construtivo e positivo, uma semente que poderá germinar.

Também, puseram três solteiras como editoras da revista, que sonham com o altar durante as 24 horas do dia, com aquela marcha nupcial, damas de honra, etc. Não existe mulher moderninha, nem jornalistas, todas elas sonham com aquela cerimônia pomposa. E, apesar de tudo, vestida de branco... Mas tenho um gosto, uma vingança: se não arrumar homem, não tem altar e pronto... Isso mesmo Bento 16!

Homem é isso, caro leitor, só é útil se for provedor do lar, tiver bom emprego. Não sabemos fazer bem nem os serviços domésticos. No Dia das Mães, os filhos nos fazem abrir a carteira, as lojas faturam. Dia dos Pais é mixuruca, se brincar, não há nem horário especial do comércio.


E andam dizendo por aí que Deus é pai. Se persistir essa metáfora, as crianças vão perder a fé. Já até fiz uma crônica: segundo domingo de agosto é Dia do Paiaço. Ter o dia em mês de cachorro louco! Só nós mesmos para pagar um mico desse.

Não liga, não, cara! O Consa está preparando uma revistinha na surdina, vai se chamar “Noivo”, nem que ela seja em preto e branco, feita no mimeógrafo, desenhada à mão pelo Marcos Gratão, meio parecida com os catecismos do Carlos Zéfiro. Quer coisa melhor para levar em lua-de-mel?




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