AGENDA CULTURAL

2.8.07

Redação no Enem


Hélio Consolaro

A moçada fará Exame Nacional do Ensino Médio – Enem – neste mês, aplicado pelo Ministério da Educação, portanto, orientar-se sinal de inteligência.
O tema virá sempre explícito, não precisa depreendê-lo, nem por isso dispensa-se uma boa leitura da proposta, que trará uma situação problema, contextualizada na realidade brasileira e que levará em conta a experiência pessoal do estudante.
Temas
1998: Viver e aprender.
1999: Cidadania e participação social (o jovem protagonista)
2000: Direitos da criança e do adolescente - como enfrentar esse desafio nacional.
2001: Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?
2002: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para prover as transformações sociais de que o Brasil necessita?
2003: A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?
2004: Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação?
2005: O trabalho infantil na realidade brasileira
2006: O Poder de transformação da leitura
Embora o texto do aluno deve ser escrito na modalidade culta da língua, os avaliadores da redação do Enem são orientados para que não considerem exageradamente a gramática. Descontar, no máximo, 20% da nota nesse item. A coerência (interna e externa) e a coesão do texto sempre são mais valorizadas.
O conteúdo da proposta destaca sempre os valores humanos, com ênfase para a cidadania, por isso o estudante deverá apresentar uma solução ao problema posto norteado por tais princípios.
Como a proposta pede um texto acima de 15 linhas, o ideal é compô-lo em quatro parágrafos, com a seguinte estrutura:
1.º§ - problematizar o tema (até 4 linhas);
2.º§ - apresentar uma causa para o problema apresentado na tese;
3.º§ - apontar uma conseqüência para ele na realidade brasileira;
4º § - concluir com uma solução, levando em consideração a causa indicada no segundo parágrafo (4 linhas).
O esquema é uma forma de organizar bem o texto. Boa sorte!

Pérolas do Enem

Algumas pessoas gostam de rir, não importa o motivo, por isso fazem listas de “Pérolas do Enem” (erros absurdos cometidos por estudantes nas provas de Redação) e divulgam-na pela Internet, como se estivessem prestando um grande serviço à nação.

Tais listas são oferecidas por corretores de redação (professores, membros da banca) para jornalistas. Na verdade, estão depreciando seu próprio trabalho, porque, afinal, os professores também são responsáveis por isso, fazem parte do processo educacional de crianças e jovens.

Além disso, os 50 erros (ou mais alguns) foram colhidos entre milhões de redações, possuindo pouco significado estatístico. Assim, internautas e leitores generalizarem, achando que todos os estudantes brasileiros escrevem daquele jeito.

Como afirmou o professor Reginaldo Pinto Carvalho (USP) e que presidiu a banca examinadora do ENEM até 2005, muitas listas de erros absurdos foram fabricadas por engraçadinhos, não aconteceram. E pior, há gente, como Jô Soares, que fazem gracinhas com isso pela televisão.

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