Hélio Consolaro
Há algum tempo, a literatura empresta seus personagens e histórias para os desfiles das escolas de samba no carnaval do Brasil. Escritores que se tornaram celebridades nacionais também vão parar na avenida. Muitos são homenageados em vida - como o escritor e cartunista Ziraldo - e tantos outros são imortalizados nos sambas-enredos graças a sua obra e presença na vida nacional - como é o caso de Monteiro Lobato. Em 2008, diversas agremiações do Rio e de São Paulo e também de cidades do interior continuaram a trazer o tema livro e leitura para o primeiro plano da vida nacional.
Os livros foram destaques no desfile da Unidos da Tijuca, uma das três escolas de samba mais antigas do Rio. Eles foram homenageados na ala das bibliotecas, formada por livros empilhados. Nove gigantescos livros abriam e fechavam, com componentes da escola vestidos de letras simulando o ato da leitura.
O mundo encantado da literatura de Ariano Suassuna empolgou o público no desfile das escolas de samba no carnaval de São Paulo. Personagens e cenários da sua obra deram o tom ao enredo (És Imortal), da Mancha Verde, que decidiu homenagear o escritor paraibano de 80 anos nas comemorações dos 25 anos de fundação da agremiação. Em 2002, foi pela Império Serrano, no Rio
A Vai-Vai no desfile das escolas de samba neste ano
A própria questão do livro, da leitura e da educação, de forma geral, começou a despertar os carnavalescos e virar enredos das escolas, que passaram a exaltar seu papel transformador na sociedade e, em especial, no combate à pobreza.
Ainda é pouco, mas há um começo de mudança de comportamento. Afinal, uma presença mais intensa da leitura no dia-a-dia das pessoas - seja no teatro, no cinema, na televisão ou no cotidiano dos ídolos e formadores de opinião - vai contribuir de forma significativa para ampliar a percepção de sua importância no imaginário coletivo.
Não me venham a dizer os saudosistas que antigamente as pessoas liam mais..
Nenhum comentário:
Postar um comentário