![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEb5J0fZPiwg-MUqJiU4fqVS8jSzl0vAUB1cISqL6phhnWKHFvTpQ65D4sQuemHsNxrGNTVs81uGZOELCEotg8a4yWXH_PBYGOMAxqu9bpRItOW8n2n5tRxbAHbhu0f6esck-ugQ/s320/mulher.jpg)
Hélio Consolaro
O boteco Bate Forte estava estufado de barrigudinhos. O verão fazia que todos tomassem cervejas geladas à vontade, com estalos de língua. O primeiro gole era sempre para o santo Onofre que, lá de cima, no seu nicho, abençoava aquele antro, na esperança de convertê-los, nem que fosse no leito de morte.
Faca Amolada e Caneta Louca, esbaforidos, atendiam aos pedidos que vinham aos gritos:
- Uma cerva geladérrima, por favor!
- Uma porção de calabresa em rodela!
Burguês, não entendeu bem, quis saber quem estava dando a rodela! Mimoso sentiu-se atingido e refutou:
- Cada um dá o que tem! E daí?
Seu Sugiro gritou lá da calçada:
- Garantido! Sugiro espetinhos de filé miau, bom, hein! Para alegria do japonês churrasqueiro, choveram pedidos. Dona Assunta administrava a cozinha, Amelinha ficava no caixa. Começo de mês, o acerto era geral.
Faca Amolada comunicou que já recebia as despesas por cartão de crédito. A máquina estava instalada.
- Esse Bate Forte anda progredindo, hein? – gritou Subversivo – Daqui a pouco, vai vender cachaça por e-mail.
Miltão quis saber por que o boteco estava enfeitado de cor-de-rosa. Nisso, a dupla Marmita & Passa Fome entoou a música Maria, de Milton Nascimento, a pedido de Bicho Griolo. Todos os barrigudinhos fizeram uma homenagem à mulher brasileira, levantando-se e batendo palmas.
Dona Moranga não gostou da ignorância do marido, o Miltão:
Nenhum comentário:
Postar um comentário