AGENDA CULTURAL

2.3.08

Questão de gênero

Hélio Consolaro

No próximo sábado, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. O rei Midas já tentou transformá-lo em Dia das Mães, nessa coisa piegas de flor, dar presentes, como fez com Amélia que foi uma mulher de verdade. Apesar de que receber um presentinho não faz mal a ninguém.

O comércio se apropria de 8 de março a cada dia. Mas sábado é dia de mulher (não vou dizer macho, porque não pega bem), mas mulher militante, que não adora ser fotografada ao lado do seu homem, como se ele fosse algum troféu, a dizer: “Este é meu, viu?”.

Se em períodos do passado mais longínquo, a mulher é que gerenciava o mundo, certamente a natureza era grande mãe, o mundo não era dos valentes, mas dos pacíficos. Mulher é mesmo diferente, até as presidiárias de Bilac têm outro comportamento: revoltam-se, mas não quebram nada, nem botam fogo em colchões.

Giulia Sissa escreveu: “Temos de aceitar esta realidade: os grandes homens dizem mal das mulheres, os grandes filósofos e os mais autorizados saberes consagraram as idéias mais falsas e mais desdenhosas a propósito do feminino”. Ainda bem que o Consa não é um Pablo Picasso.

A Grécia, a democracia perfeita em que o mundo ocidental se mira, a mulher era um ser claramente inferior, a sua presença causava certo retraimento nos homens, uma distância em termos de superioridade em relação ao mundo feminino: “Tales evita casar-se porque, para um sábio, é sempre cedo demais ou tarde demais”. Lembre-se, caro leitor, da ilha de Lesbos.

A música de Chico Buarque, “Mulheres de Atenas”, tão mal entendida pelo feminismo de sovaco cabeludo de décadas passadas, já dizia:

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