
Hélio Consolaro
As eleições municipais já ameaçam as ruas. Assim, neste julho, os comitês ainda estão grávidos de esperança, todos os candidatos se sentem eleitos. Já começa a surgir um santinho aqui, outro acolá. Carros pintados. “Santinho” porque todos os candidatos se tornam santos em campanha eleitoral, e os cabos eleitorais imitam os antigos padres que davam santinhos (imagens em papéis) nas portas das igrejas.
Aliás, a palavra “candidato” se origina de “cândido” que significa puro, pois em Roma os candidatos a cargos eletivos vestiam toga branca.
Os candidatos, então, já gritam:
- Vote em mim! Pense em mim! Não pense no outro!
- Eu sou o bom! Bom demais!
Eles podem fazer isso, são cândidos e distribuem sua própria santidade ao eleitorado. Há aqueles que se consideram super-homens. Fazem, arrebentam, vão endireitar o mundo, mas na verdade não conseguem administrar nem sua própria casa.
Há algumas mentiras que a repetimos demais, portanto, se tornaram verdades. Quem é bom nas pequenas coisas, tem chance de ser bom nas grandes. Boas árvores produzem bons frutos. Essas verdades pétreas nem sempre são verdadeiras. Exemplo: um presidente “cachaceiro” promulgou a lei mais severa contra os motoristas alcoolizados.
Professor ou professora conhecem bem o processo eleitoral, pois sempre estão promovendo a eleição do representante de classe. Nunca vence o aluno cê-dê-efe, mas o cara do fundão, porque não existe pessoa mais chata que o cumpridor de seus deveres. Ela quer que todos sejam iguais a ela.
Por isso é que, em 1986, o povo paulista preferiu Orestes Quércia a Antônio Ermírio de Moraes para governar o estado. O empresário ia querer que todos trabalhassem 24 horas por dia. Já pensou? Eu, hein!
Outra coisa esquisita é dizer que o outro não sabe votar. A classe média, por exemplo, se comporta como dona da verdade, meio moralista, e diz que votar bem é digitar na urna eletrônica os números dos candidatos dela. Claro!
Votar bem é muito relativo, porque cada eleitor faz da urna caixa eletrônico de banco: vota de acordo com seus interesses. Esse negócio de dizer que o bom cidadão vota com o coração, a favor do município e da pátria é conversa para boi dormir. Se a ética do político é se manter no poder, a do cidadão é sobreviver. A política é a arte de dissimular, dizer que está defendendo os interesses coletivos, quando, na verdade, sobressaem os interesses pessoais e grupais.
Os comitês, neste julho, estão grávidos de esperança, mas em outubro, eles poderão estar grávidos de dívidas. E a palavra de ordem ser um queixume:
- Fui traído!
As eleições municipais já ameaçam as ruas. Assim, neste julho, os comitês ainda estão grávidos de esperança, todos os candidatos se sentem eleitos. Já começa a surgir um santinho aqui, outro acolá. Carros pintados. “Santinho” porque todos os candidatos se tornam santos em campanha eleitoral, e os cabos eleitorais imitam os antigos padres que davam santinhos (imagens em papéis) nas portas das igrejas.
Aliás, a palavra “candidato” se origina de “cândido” que significa puro, pois em Roma os candidatos a cargos eletivos vestiam toga branca.
Os candidatos, então, já gritam:
- Vote em mim! Pense em mim! Não pense no outro!
- Eu sou o bom! Bom demais!
Eles podem fazer isso, são cândidos e distribuem sua própria santidade ao eleitorado. Há aqueles que se consideram super-homens. Fazem, arrebentam, vão endireitar o mundo, mas na verdade não conseguem administrar nem sua própria casa.
Há algumas mentiras que a repetimos demais, portanto, se tornaram verdades. Quem é bom nas pequenas coisas, tem chance de ser bom nas grandes. Boas árvores produzem bons frutos. Essas verdades pétreas nem sempre são verdadeiras. Exemplo: um presidente “cachaceiro” promulgou a lei mais severa contra os motoristas alcoolizados.
Professor ou professora conhecem bem o processo eleitoral, pois sempre estão promovendo a eleição do representante de classe. Nunca vence o aluno cê-dê-efe, mas o cara do fundão, porque não existe pessoa mais chata que o cumpridor de seus deveres. Ela quer que todos sejam iguais a ela.
Por isso é que, em 1986, o povo paulista preferiu Orestes Quércia a Antônio Ermírio de Moraes para governar o estado. O empresário ia querer que todos trabalhassem 24 horas por dia. Já pensou? Eu, hein!
Outra coisa esquisita é dizer que o outro não sabe votar. A classe média, por exemplo, se comporta como dona da verdade, meio moralista, e diz que votar bem é digitar na urna eletrônica os números dos candidatos dela. Claro!
Votar bem é muito relativo, porque cada eleitor faz da urna caixa eletrônico de banco: vota de acordo com seus interesses. Esse negócio de dizer que o bom cidadão vota com o coração, a favor do município e da pátria é conversa para boi dormir. Se a ética do político é se manter no poder, a do cidadão é sobreviver. A política é a arte de dissimular, dizer que está defendendo os interesses coletivos, quando, na verdade, sobressaem os interesses pessoais e grupais.
Os comitês, neste julho, estão grávidos de esperança, mas em outubro, eles poderão estar grávidos de dívidas. E a palavra de ordem ser um queixume:
- Fui traído!
2 comentários:
Então, sejamos oposição, sempre!
Prof. Helio, foi um imenso prazer conhece-lo e fazer parte desse grupo de amigos em que veem no senhor um incentico indispensavel para prosseguir! Parabéns, a "reciproca e a lenda" é verdadeira.
anexe por favor meu blog no "Grupo Experimentanea"
Gde abraço
Sylvia Senny
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