AGENDA CULTURAL

16.3.09

Liberdade, liberdade



Hélio Consolaro



Hoje (6/2/2009), é uma noite memorável. É o início de resgate dos araçatubenses que saíram daqui e se projetaram noutras paragens. Hoje, é o dia de Luís Carlos Ribeiro, arquiteto, político do PPS, que já foi secretário no Estado do Mato Grosso do Sul. O jornalista Luís Carlos Luciano narrou a vida de seu homônimo com propriedade no livro “Ribeiro: Arquitetura, Urbanismo e Meio Ambiente – Exercício de Cidadania”.
No dia 13 de março [2009], será o dia do araçatubense Flávio Rey de Carvalho, diplomata, que já foi cônsul, filho do então professor da FOA-Unesp e membro da Academia Araçatubense de Letras, Antônio César Perri de Carvalho. Flávio estará aqui, autografando seu segundo livro “Um Iluminismo português? – A reforma da Universidade de Coimbra (1772)”
Como secretário da Cultura, fazemos esta homenagem ao Luís Carlos Ribeiro com satisfação. E fazê-la neste espaço, Casa da Cultura Adelino Brandão, um prédio tombado, tem dupla significação.
Adelino Brandão foi um pertinaz intelectual, escreveu mais de 30 livros, viveu por 20 anos em Araçatuba. Casado com a araçatubense Neucy Louzada. Parecia cumprir uma sina: quase todos seus livros tratavam de Euclides da Cunha. Fazer com que o espírito do patrono reabite este espaço cultural é nosso primeiro propósito.
Este prédio foi sede do Instituto Noroestino de Tecnologia e Cultura – o Intec. Ele foi, durante a ditadura militar, a resistência da intelectualidade e dos artistas araçatubenses. No Teatro Castro Alves, muitos artistas famosos apresentavam seus espetáculos, de Vinícius de Moraes a Marília Pêra.
Trazer Luís Carlos Ribeiro, filho do antigo militante do PCB, Sr. Geraldo Ribeiro, com 90 anos, morador de Araçatuba, é um resgate à resistência nos anos de chumbo, quando poucos araçatubenses saíram em defesa da democracia e muitos, infelizmente, argumentavam que a ditadura era necessária.
Veio a anistia, vivemos novos tempos, a democracia triunfou. Hoje, descobrimos que comunistas não comem criancinhas e que a esquerda brasileira tem condições de governar o país até com mais democracia.
Há alguns anos, seria inimaginável sonhar com Lula, presidente, e Cido Sério, prefeito. Usando o chavão tradicional, que esquerda e direita podiam conversar e administrar conjuntamente uma cidade e um país. Mudamos todos nós.
Então, Luís Carlos Luciano, narrou Araçatuba de 1964, e esta narração trouxe-o à nossa cidade. De seu narrador, passou a fazer parte dela, porque nos trouxe de volta aquelas heróicas lembrança e Luís Carlos Ribeiro à sua terra natal.
Casa da Cultura Adelino Brandão para todos, um espaço onde aqueles que discordam de nós não serão chamados de traidores e nem de inimigos, porque democracia e liberdade devem ser um valor universal, valores pétreos de nossa Constituição.
Liberdade, liberdade tenha sempre suas asas abertas sobre nós!

Um comentário:

Patrícia Bracale disse...

Tudo muda e se transforma.
O impotante é termos MEMÓRIA.
Lembremos os bons TEMPOS
Vivendo melhores tempos...