AGENDA CULTURAL

5.3.11

Dia da Mulher ou das Mães?

Hélio Consolaro

Quase desisti de escrever sobre o Dia Internacional da Mulher, mas uma amiga me salvou. Ela era muito feminista na década de 80, cobrava de todos os homens um tratamento digno às mulheres.
Em todos os atos em favor da mulher, ela estava, fazia discursos. Pisava na cabeça do machismo dos homens e da submissão das mulheres.
Já cantou o poeta que o mundo é um moinho, e acrescento: tritura os ideais, faz deles quirera e ou quimera. De repente, aquele que gritava palavras de ordem, atualmente só sabe mesmo contar o vil metal.
Essa minha amiga voltou à origem rural, ficou meio zen, e aderiu ao bucolismo. E me fez um convite:
- Consa, estou morando no sítio, eu e meu marido, estamos adorando...
Ela recebeu uma herança e quis uma casa no campo, à moda de Zé Rodrix, como queriam os poetas árcades. E fomos lá, eu e a Japa.
Comprara um sítio e foi morar nele. Chegamos, era um bangalô, com redes estendidas na área, gramado em volta, tudo muito bonito.
Fogão à lenha, sabão de soda (feito no tacho), galinha caipira, torrador de café, forno no quintal, horta, criação de porco, pato, galinha. Tudo à moda caipira.
De progresso, energia elétrica, o telefone e o carro. Não havia televisão, nem internet.   
Ela e a mulher do caseiro no batente, batedor de roupa mesmo, de madeira, tudo esfregado à mão. E uma prosa moderninha, justificava tudo pelo lado ecológico.
E ela foi nos mostrar o chiqueiro, com a porcada. De repente, vi uma porca com um gomo de lingüiça na boca. Parecia uma cena de filme pornô. Estranhei o modo como ela tratava o animal naquele sítio. E pedi esclarecimentos.
Com os sacos plásticos de lavagem, o marido dela levou uma sacola de compra do supermercado por engano, em que estava a lingüiça, mistura do almoço.
Como essa minha amiga é quem dá as ordens e pronto, o marido ouviu poucas e boas. Nada à moda antiga, como a submissão da mulher. Até nome de banana o coitado recebeu. A bem da verdade, uma matrona, tipo de mulher que sempre existiu na humanidade.
Para completar o quadro, prometi à amiga que na próxima ida ao sítio lhe traria alguns presentes: lamparina, lampião, tudo a querosene, para que amanhecesse com as narinas cheias de fuligem. Algumas latas de cera Parquetina, bem sebosa, para que encerasse a casa, agachadas, e um escovão bem pesado para que lustrasse o chão. 
Nem preciso dizer, caro leitor, que fui chamado de porco chauvinista e quase fui linchado. Aqueles chavões feministas vieram todos à tona!        
Então, o Dia Internacional da Mulher é essa coisa meio contraditória e difusa. Está ficando meio parecido com o Dia das Mães! 

5 comentários:

Rita de Cássia Zuim Lavoyer disse...

Nem de perto o dia das mães pode ser comparado ao Dia das Mulheres. Há mães que sequer sabem por que são. Mas há MULHERES QUE SABEM O QUE SÃO e pra que vieram.
Eu já me descobri, entre tantas coisas, que também nasci pra dar porrada.
Te mete pra ver!

Hélio Consolaro disse...

RESPOSTA PARA A RITA: no seu comentário, estou sendo motivo de bullying. Vou denunciá-la para uma "pimentinha" de Araçatuba que encontra o tal bullying em tudo. kkkkkkkkkkkkkkkkk

Rita Lavoyer disse...

Ledo engano, meu senhor!
Pra começar, eu sei muito bem distinguir o que é bullying de uma violência qualquer. São algumas pessoas que não entendem, generalizando-o.
Se eu visse bullying em tudo, estaria sendo muito ignorante.
A porrada que eu dou, está bem longe de se tornar uma prática de bullying. Tenho consciência dos meus atos e nunca disse que porrada não deveria ser dada em quem merece.
Agora, se tiver dificuldades em entender o que significa 'porrada', leia nas entrelinhas ou por trás das letras.
Às vezes, uma 'opinião' da parte contrária pode se tornar uma 'porrada'.
Eu não abro mão da minha opinião.
Eu não nasci Mulher por acaso.
Rita Lavoyer
Riririririririririririririririririririririririririririririririririririririririririririririririririri
Tátátátátátátátátátá

Lourival de Ndai disse...

Gosto de ler essas crônicas.São muito interessantes.

Me lembro bem do Papa João Paulo I.Ele morreu aproximadamente 35 após ter sido eleito papa, em 1978.

Lourival de Nadai
Marechal Floriano, Espírito Santo.
06 de março de 2011

lourival de nadai disse...

Gosto de ler essas crônicas,elas são muito interessantes.

Me lembro bem do papa João Paulo I, ele morreu aproximadamente 35 dias após ter sido eleito papa,em 1978.
Lourival de Nadai
Marechal Floriano
Espírito Santo
domingo, 06 de março de 2011.