AGENDA CULTURAL

19.2.12

A morte de um sorriso

Pedro Martinez de Souza
Foto de Alex Tristante
Amigo é uma relação mais profunda, Pereira era um colega, chegou a ser um companheiro, porque convivemos por seis anos na Câmara Municipal. Na parte mais conturbada de sua vida, o amigo permanece ao seu lado, ajuda.  Amizade não tem coloração ideológica. A morte de Pedro Martinez de Souza, o Pereira, me provocou várias reflexões sobre a relação entre diferentes. Militamos em trincheiras opostas, ele era malufista, filiado ao antigo PDS (ex-Arena e atual PP), e eu petista.


A Câmara Municipal de Araçatuba me foi um curso de pós-graduação de como, na prática, no dia a dia, se convive com diferentes e com respeito. Assim mesmo, os debates eram acalorados, o pau quebrava sempre. E eu era bem mais polêmico e afoito do que sou hoje, pois tinha 34 anos. 


Eu e Pereira participávamos de bancadas opostas de 1983-1988 na Câmara Municipal de Araçatuba, mas nunca deixamos de conversar e ele de contar suas piadas. Naquela época, depois dos debates ferrados da segunda-feira (sessão do Legislativo), tínhamos grandeza de ir tomar uma cervejinha num bar, como Celso Lanches, por exemplo.


Enquanto éramos vereadores, fui professor de seus dois filhos e trabalhei com a esposa dele, Maria Aparecida, morando as duas família no mesmo bairro: Paraíso. Disputamos eleições e exercemos o mandato na mesma base, sem agressões. Seu Titim era a referência política de Pereira.


Pereira participou do filme Os três jagunços, em 1957, rodado em patrimônios de Araçatuba, era uma influência dos caubóis norte-americanos. Ele era  o protagonista (mocinho) da história. Ver trechos do filme.


Pedro Martinez de Souza, o Pereira, era um pândego, risonho, enfrentava a vida com otimismo, apesar de todos os problemas. Valeu a pena conviver com você, cara!


         

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