AGENDA CULTURAL

22.4.12

Máquinas reveladoras

Hélio Consolaro
O professor sisudo, apolíneo,  que parecia não ter coração a tal ponto de procurar o racional nas poesias, foi submetido à cirurgia cardíaca numa segunda-feira.
As pessoas diziam:
- Não usava o coração, por que ele se desgastou?
Na verdade, ninguém via o coração dele funcionar. Dissimulava, escondia sentimentos, engolia em seco. Mas no centro cirúrgico, as máquinas funcionavam. Então os médicos diziam:
- O professor está nervoso, veja o gráfico. 
Essas máquinas são reveladoras. Não suportam semelhanças.

2 comentários:

Anônimo disse...

Em verdade,

"meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso frequento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos."

Tito Damazo

Anônimo disse...

De minha parte, já digo; "Dentro do meu coração tem um Jisus crucificado, quem falá de minha vida morre seco isturricado"

Cantiga ao toque de caixa surda, xique-xique e reco-reco e sanfona lá nos perdidos mundos das Gerais.

Bié.