AGENDA CULTURAL

16.7.12

Lançamento de livro em São Paulo - Dardará


DARDARÁ, UM ROMANCE MODERNO E ATUAL

Esta reedição de
Dardará, décadas após sua primeira publicação (1965), retira do esquecimento absurdo um dos romances mais poderosos e originais daquela época. O.C. Louzada Filho publicou depois dele muitos outros trabalhos, de ficção, de pensamento e de crítica literária conquanto Dardará permanecesse num “quase limbo” literário e editorial.

Mas agora é a oportunidade propícia para o leitor e a crítica tomarem contato e reavaliarem esse romance, que diz muito do Brasil, da época e de sempre, bem como dos caminhos e passos da literatura brasileira. Na origem ele se propôs como alternativa rica e complexa ao florescimento dos formalismos que pretendiam a hegemonia literária e cultural no país. Talvez daí seu rápido obscurecimento e sua pequena repercussão.

 O narrador, um engenheiro-escritor (ou um escritor-engenheiro) trata de duas construções: os problemas do próprio romance e uma estrada, apropriadas a suas pretensões e atividades. Ambas sob o signo da construção e da ruína, que é o custo da busca do sentido da escrita e do “progresso”. Assim, escrever seria essencialmente o quê? E abrir estrada com a destruição da comunidade dos quilombolas e o atropelo da vida dos pobres e deserdados é qual progresso?

A tartaruga, ancestral e moderna ao mesmo tempo é um símbolo poderoso cruzado com um provérbio ioruba, remete sibilinamente para o Brasil arcaico-moderno de herança escravista em movimento no tempo da ditadura – então uma pretensão derrisória de “Brasil-grande potência. Porém a riqueza das imagens (essas e muitas outras), a construção sinuosa do enredo e do texto, os procedimentos construtivos de descontinuidades e seus inúmeros retornos e retomadas, despedaçamentos inúmeros de coisas, objetos e gentes, tudo isso e o mais que há no romance exigem um leitor atento.


Assim, esse leitor encontra em
Dardará um romance moderno e atual para conviver com o prazer do texto, com a linguagem inventiva, com a narrativa problemática e com alguns enigmas que encerram, sem decifração, muitas marcas do Brasil e seus impasses.

Valentim Facioli
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