AGENDA CULTURAL

23.11.12

Antiga cadeia pública, velho problema

 Como está atualmente a antiga cadeia pública de  Araçatuba 
Foto da Folha da Região

Recebi de Valtenir Pereira Dias, Tuta, ex-vereador de Araçatuba, com quem tive a honra de compartilhar a 9.ª Legislatura da Câmara Municipal de Araçatuba.

Como leitor assíduo  deste blog, Tuta mandou um e-mail dando sugestão de utilização do antigo prédio da cadeia pública de Araçatuba, na rua General Glicério. 
As minhas intervenções no texto serão feitas na cor  vermelha.   

"Certo dia eu passava defronte ao antigo prédio da cadeia e uma cena me chamou a atenção, como profissional da segurança pública, que se preocupa em estudar e procurar soluções contra a violência e também atrair bons fluidos para aquele prédio e aquela rua, pois antigos comerciantes que ali se instalavam diziam, ao encerrar suas atividades, que ali nada dava certo.
          
"Vi um artesão fazendo cadeirinhas de madeira personalizadas com o nome da criança que o cliente indicasse, usando, com dificuldade os bancos que ali existem, para expor seus produtos e usar suas ferramentas.

"Imediatamente atravessei a rua e já procurei pôr um dedinho de prosa com o artista, para lhe falar da ideia que acabava de ter, naturalmente com receio de ser mal recebido e qual não foi o meu espanto, quando ele parou um instante e, não só a aprovou, como também a melhorou com o acréscimo de algumas sugestões.

"Aquele lugar já foi rejeitado para funcionar como abrigo de mulheres vítimas da violência do marido, cogitado para local de trabalho de reeducandos do CDP estacionamento e até para venda a alguma construtora, mas o mau agouro e o preconceito por ali ter sido durante muito tempo um local de encarceramento de seres humanos persiste com a dúvida de qual finalidade dar ao mesmo, para o terror dos vizinhos, que veem a cada dia aumentar o seu uso por viciados em droga e como esconderijo de delinquentes de toda espécie. [Naquela época, eu era presidente da Academia Araçatubense de  Letras, solicitei a cessão do prédio à nossa entidade para que transformássemos  o local na sede da AAL,  com auditório,  biblioteca, lojas de artigos culturais, oficinas  culturais, preservando sua aquitetura prisional. O deputado estadual Roquinho Barbieri (PTB)  estava intermediando com o Governo do Estado a nossa reivindicação. Até apresentou  projeto na Assembleia Legislativa do Estado  de  São Paulo (Alesp) reconhecendo a AAL de utilidade pública estadual para que a concessão fosse  concretizada. O legislativo paulista reconheceu a nossa entidade, mas o  Governo do Estado preferiu entregar o prédio a uma entidade  assessorada pela vereadora Edna Flor, sendo lá uma entidade de prestação de serviços a presos. Perdemos  a oportunidade, e o prédio continua  abandonado.] 

"Que tal transformar aquele espaço todo, com algumas reformas e adaptações, como um local para as artes em geral e o artesanato com cursos para que os artesãos catalogados e interessados realizem seus trabalhos e troquem experiências, bem como de estímulo e orientação com críticas e elogios de monitores, para que as donas de casa, que pretendem melhorar a renda familiar tambem realizem e exponham seus trabalhos.

"A fachada poderia ser pintada com a criatividade dos grafiteiros [...]           

"Pronto! Com certeza o local passaria a emanar uma vibração altamente positiva, com muita cor e criatividade, servindo de atrativo constante para o comércio, mudando a mentalidade hoje existente sobre a rua! Já disseram, com total razão que a beleza salvará o mundo! A solução contra a chamada "cabeça de burro enterrada", os atrasos que Araçatuba já sofreu passa pela melhora de sua psicosfera, através da vibração positiva da arte e da criatividade! 
Valtenir Pereira  Dias -Tuta

"Que Araçatuba se transforme em capital da atividade artística e cultural sem preconceitos, sem separações e, quem sabe, também não se transformará na capital mundial do diálogo entre os homens e do estímulo à paz!

"Abraços de um policial sonhador, que passava as noites naquele local tomando conta de presos e aproveitava o tempo bolando coisas [...]
         
          Seu amigo,
          Valtenir Pereira Dias Tuta

Observações do blogueiro: o Estado não concede seus prédios por tempo determinado a prefeituras.  Nas concessões, o tempo é  indeterminado e o prédio concedido pode ser requisitado de volta a qualquer momento. Por isso,  a Prefeitura de Araçatuba  nunca quis receber o prédio, porque investir nele, deixá-lo  bonito,  sob  o risco de perdê-lo? Assim, cabe ao próprio Estado  de São Paulo dar-lhe uma destinação. 

Convido a Sutaco (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades), uma autarquia estadual  vinculada à Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho a fazer lá a Casa do Artesão, com oficinas e vendas permanentes, restaurando o prédio, sem descaracterizá-lo como patrimônio histórico.

A ideia do Tuta é muito boa, basta o Governo do Estado querer viabilizá-la.

2 comentários:

Cecilia Ferreira disse...

Por que alimentar uma criança se amanhã ela pode morrer atropelada? Não é mesmo, Sr, Hélio Consolaro?

Cecilia Ferreira disse...

Por que alimentar uma criança se amanhã ela pode morrer atropelada? Não é mesmo, Sr, Hélio Consolaro?