AGENDA CULTURAL

27.1.13

Nem sempre as redes sociais salvam

Tragédia em Santa Maria-RS

Antes de morrer, um pedido de socorro pelo Facebook

Na madrugada, Michele Cardoso escreveu "Incêndio na KISS socorro" em seu perfil no Facebook. Foi a última comunicação dela
Diário de Santa Maria - O pânico e a impotência circularam de forma instantânea. Um dos apelos mais dramáticos ecoou às 3h20min da madrugada. A protética Michele Cardoso usou o celular para disparar um alarma no Facebook. Escreveu somente quatro palavras, na pressa de quem está a perigo, o suficiente para noticiar o sinistro e implorar por ajuda. Ainda grafou o nome da boate com letras maiúsculas, para que não houvesse dúvidas sobre o local:
— Incêndio na KISS socorro.
Michele não mais se comunicou — seu nome apareceria depois na lista de mortos. Mas, naquele início de madrugada, as 21 letras que escreveu acionaram um grupo de amigos que passou a pedir informações — e multiplicar o SOS. Tudo na linguagem abreviada, sem vírgulas ou acentos, de quem digita um teclado virtual impelido pelo desespero, acreditando que alguns segundos ganhos podem salvar uma vida.

Michele compartilhou seu desespero, sua morte. Não foi um grito a Deus, nem chamou santos, confiou na comunicação, nos amigos que nada puderam fazer por ela. O Facebook transmitiu ao mundo seu último apelo.

Certamente, muitos pediram socorro a Deus, gritaram pelos santos, mas também não foram salvos. Há apuros em que nos safamos, mas chega um dia que o anjo dorme, o jeitinho não funciona e a tragédia acontece. Isso ocorreu muito cedo com Michele Cardoso, em Santa Maria-RS.    

Um comentário:

Lucélia Muniz França disse...

Lamentável! Acredito que na hora do desespero, qualquer forma de comunicação é válida! É lamentável que esse pedido de socorro não tenha salvado a vida dela!
http://www.luceliamuniz.blogspot.com.br/