Dr.Nava, camisa preta; prefeito Cido Sério,camisa clara |
Hélio Consolaro*
Conheci o vereador Dr. Nava (qual o seu partido mesmo?) nas lides
políticas, sendo vereador da situação e eu secretário municipal de Cultura de
Araçatuba.
Ele ajudou na implantação da nova política cultural no
município, defendendo-a e votando favorável na Câmara Municipal de Araçatuba.
Sou-lhe grato.
Apenas não entendi o seu retorno à oposição. Mudar de
partido até o cidadão comum perdoa, mudar de time (situação e oposição), pulando
para cá e para lá, deixa o eleitor perdido, não se sabe se o político está
marcando gol a favor ou contra.
Quando pula muito, como macaco, acaba agarrando galho podre, sendo chamado de vereador
pula-pula. Como cada um sabe onde o sapato aperta, e todos nós temos lá nossas
incoerências, deixemos isso para lá.
Na última eleição, ele se elegeu graças ao votos do PT, o
partido de Lula está no DNA do mandato do Dr. Nava. Se o PT tivesse saído sozinho na chapa
de candidatos a vereador, teria eleito dois vereadores, mas como coligou (e o Dr.
Nava exigiu participar da chapa onde estivesse o PT, e o vereador fez um
pouquinho de voto a mais), os petistas ficaram apenas com um representante na Câmara
Municipal de Araçatuba. Se o Dr. Nava fosse fiel, e a gratidão a sua marca, estaria alinhado com o
prefeito Cido Sério (PT).
Como candidato da oposição, em 2008, Dr. Nava foi bem votado no
primeiro mandato; da situação, em 2012, teve metade dos votos para o segundo mandato. As pessoas não gostam de
gente com duas caras. Será que vai se reeleger em 2016? Quem pula-pula perde a
confiança, a credibilidade. Como o Nava é doutor, foi delegado de polícia, é
promotor público aposentado, deve saber o que está fazendo.
Na sexta-feira, 14 de março de 2014, o prefeito convocou a
Câmara Municipal para uma sessão extraordinária. O objetivo era votar o projeto
de lei que estabelece normas para o Executivo qualificar como organizações
sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos.
Dr. Nava (Ermenegildo Nava) recorreu à Justiça para impedir
a realização da sessão extraordinária, pois sabia que a situação seria vencedora.
Esse é um exemplo em que políticos tentam usar a Justiça a favor dos interesses
deles. O juiz não caiu na conversa dele e não lhe concedeu liminar.
A minha surpresa não parou aí, pois como o Dr. Nava foi cair
numa enrascada desta: querer impedir que o Legislativo apreciasse o projeto.
Sua atitude demonstrou que ele desconsidera seus pares.
Pensei que o Dr. Nava estaria presente à sessão extraordinária,
com argumentação veementemente contra o projeto, como sempre faz. Eis outra
surpresa: não compareceu. Certamente, não gosta de trabalhar às sextas-feiras
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.
Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP
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