AGENDA CULTURAL

12.7.14

Para além do palco

Postado por  em 11 jul, 2014 em Blog, Danças, Espetáculos, Estética |

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Já ouviu falar no Projeto Mov_Ola? Esse é um trabalho dos mais inquietantes dos últimos tempos. Mesclando vídeo, dança, redes sociais, etc. o Mov_ola procura trabalhar a dança através da convergência de diversas mídias. Leia a entrevista que fizemos com o diretor artístico do projeto, Alex Soares, que  já trabalhou aqui com a gente no Estúdio Anacã no curso de verão deste ano e que contou como funciona o projeto.

Fale um pouco sobre o Projeto Mov_Ola?
Projeto Mov_oLA existe desde 2008 e é um projeto de criação multimídia em dança contemporânea. O nome veio do conceito das antigas moviolas, máquinas que permitiram editar os filmes com a chegada do cinema sonoro, transformando as fotografias em movimento. O Projeto Mov_oLA procura integrar a dança a outros formatos digitais e redes socias, como a internet, a videodança e as artes visuais.
Como funciona a criação das coreografias? Elas são feitas pensando primeiramente no palco ou já são voltadas para o trabalho em vídeo?
Depende… Alguns trabalhos nascem voltados para o palco e depois são transformados em vídeodança, o que implica em um trabalho novo, não uma adaptação ou registro do trabalho cênico criado inicialmente. Mas também criamos vídeodanças sem partir de um trabalho que já exista no palco.
Como surgiu essa sua aproximação com a vídeoarte?
Quando dançava no Balé da Cidade de São Paulo, sempre me senti atraído pela junção do vídeo com a dança. Comecei fazendo meus trabalhos de forma intuitiva, sem ter conhecimento do que fazia na parte de vídeo. Procurei então estudar mais essa área e cursei Cinema por 2 anos, o que me deu bagagem e informações para o que queria fazer, que era algo mais híbrido, a intersecção das duas linguagens.AlexSoaresD
Há algum trabalho dos principais vídeoartistas (NamJunePaik, Wolf Vostell, VitoAcconti, Grupo Fluxus, etc.) que influenciam o seu trabalho?
Como disse anteriormente, a videoarte é uma das influencias para o meu trabalho, mas não é a única. Dentre os artistas multimídia que admiro destaco Peter Greenaway.
O que você busca ao aproximar esses dois campos da arte?
Essa contaminação é fundamental para o meu processo criativo, para chegar no universo que procuro nas minhas coreografias ou videodanças… minha maneira de criar é muito parecido com a edição de um filme, bem como na criação do desenho de som e na relação da luz na cena como se fosse a fotografia do filme. Alem disso acho que a intersecção de linguagens artísticas tem a ver com o dinamismo do mundo contemporaneo  que nos encontramos. 
O que a internet (Redes sociais) influencia no trabalho?
Acho que internet mudou o modo como as pessoas se relacionam.  A noção de tempo se transformou totalmente, bem como tudo se tornou extremamente fugaz e dinâmico. Tento trazer essas questões para os meus trabalhos, mas acima de tudo devido a essa nova realidade o desafio é trazer novas platéias e olhares para a dança contemporânea, sem se prender a formatos ou conceitos conservadores.
Percebi que você está excursionando por uma série de cidades com o espetáculo Oroboro. Como vai indo o projeto? E quais são os próximos objetivos?
Oroboro é a última criação coreográfica do Projeto Mov_oLA que estreou ano passado na Capital. O projeto vai indo muito bem, já fizemos perto de 50 apresentações desde a estréia, somente no Estado de São Paulo, entre Capital e interior. Para o segundo semestre, iniciaremos a circulação nacional, onde já temos agendado 5 capitais brasileiras.  Alem disso já estamos em fase de pré-produção de um novo trabalho para estrear em 2015.
Para conhecer mais e acompanhar nossa agenda, por favor visite-nos em www.projetomovola.com

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