Hélio Consolaro*
Continuo a escrever sobre campanha eleitoral, embora tudo já está com gosto de pão amanhecido, porque nos momentos de alegrias ou tristezas as reflexões encontram terrenos mais férteis. Durante a campanha, o nível de convencimento é muito baixo, a polarização tinha qualquer chance para a razão.
Nas ruas de Araçatuba, quando militantes petistas já comemoravam a vitória de Dilma para presidenta, noite de 26/19/2014, numa carreata, um bicicleteiro (não era esportista) que usava o veículo como meio de transporte, com marcas de simplicidade, se revelou eleitor de Aécio e gritava incessantemente:
- Seus favelados, seus favelados!
Tratava-se de um quadro surrealista. Ele não tinha consciência de sua pobreza, não sabia o que era favelado ou repetia frase da mídia ou de seu patrão.
Passando por um ponto de ônibus urbano, ouvi uma senhora dizer, toda desesperada com a vitória da Dilma:
- Hoje vou ser demitida, porque a patroa prometera que se o Aécio não ganhasse, perderia o emprego.
Certamente, a patroa detesta a presidenta Dilma porque regulamentou com direitos iguais aos empregados de empresa a profissão de empregada doméstica.
A patroa escravocrata certamente deve afirmar por aí, em reuniões por aí, que precisamos construir a cidadania da população. Como escreveu Monteiro Lobato no conto "Negrinha": "A excelente Dona Inácia..."
Nem tudo foi castigo para os pobres paulistas. Contou-me um porteiro que num condomínio de luxo de Araçatuba, tudo estava arrumado para a festa da vitória de Aécio. Como o porteiro acompanhava a apuração por seu smartphone, encontrou aquele povo fantasiado de PSDB pronto para a carreta, quando disse bem alto, num sorriso bem largo:
-Oxente! É Dilma que é presidente! Uai! Não sabiam não?
*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Araçatuba-SP
Continuo a escrever sobre campanha eleitoral, embora tudo já está com gosto de pão amanhecido, porque nos momentos de alegrias ou tristezas as reflexões encontram terrenos mais férteis. Durante a campanha, o nível de convencimento é muito baixo, a polarização tinha qualquer chance para a razão.
Nas ruas de Araçatuba, quando militantes petistas já comemoravam a vitória de Dilma para presidenta, noite de 26/19/2014, numa carreata, um bicicleteiro (não era esportista) que usava o veículo como meio de transporte, com marcas de simplicidade, se revelou eleitor de Aécio e gritava incessantemente:
- Seus favelados, seus favelados!
Tratava-se de um quadro surrealista. Ele não tinha consciência de sua pobreza, não sabia o que era favelado ou repetia frase da mídia ou de seu patrão.
Passando por um ponto de ônibus urbano, ouvi uma senhora dizer, toda desesperada com a vitória da Dilma:
- Hoje vou ser demitida, porque a patroa prometera que se o Aécio não ganhasse, perderia o emprego.
Certamente, a patroa detesta a presidenta Dilma porque regulamentou com direitos iguais aos empregados de empresa a profissão de empregada doméstica.
A patroa escravocrata certamente deve afirmar por aí, em reuniões por aí, que precisamos construir a cidadania da população. Como escreveu Monteiro Lobato no conto "Negrinha": "A excelente Dona Inácia..."
Nem tudo foi castigo para os pobres paulistas. Contou-me um porteiro que num condomínio de luxo de Araçatuba, tudo estava arrumado para a festa da vitória de Aécio. Como o porteiro acompanhava a apuração por seu smartphone, encontrou aquele povo fantasiado de PSDB pronto para a carreta, quando disse bem alto, num sorriso bem largo:
-Oxente! É Dilma que é presidente! Uai! Não sabiam não?
*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Araçatuba-SP
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