Hélio Consolaro*
Alguns cidadãos cruzam comigo e questionam por qual motivo a
Prefeitura de Araçatuba não ilumina a praça Rui Barbosa como faz Birigui com a
Dr. Gama. Se é falta de dinheiro.
Não se trata de falta de dinheiro, porque tal serviço não
fica tão caro. A iluminação da praça Dr. Gama de Birigui é feita por lampadinhas
chinesas, cujo uso foi proibido na época do apagão do FHC, por se tratar de uso
supérfluo de energia elétrica.
Como o Brasil está bem melhor do que naquela época, Birigui
usa a energia para enfeitar a praça sem nenhuma censura. E fica muito bonito.
As cidades se comportam como os vizinhos, sempre com olhares
de inveja para a casa ao lado, querendo fazer melhor do que o outro. Ou, então,
imitando grosseiramente aquele que foi bem sucedido: se Birigui fez, por que
não fazer em Araçatuba?
Felizmente, o bairrismo doentio entre Birigui e Araçatuba
(vice-versa) está superado. As duas cidades se interagem sem nenhum preconceito.
Todos procuram policiar sua linguagem para que sentimentos ruins não aflorem.
Araçatuba precisa melhorar a sua decoração natalina, isso é
evidente. Elaborar um projeto, porque todos os moradores da cidade desejam
vê-la linda no final de cada ano, mandando uma mensagem para o mundo, para que
ela seja mostrada bela aos visitantes.
Ver as ruas arrumadas, com muitos prédios novos, casas bem
conservadas, shoppings, comércio pujante – tudo isso é uma conquista, falta
agora a cereja do bolo, o glacê. O prefeito Cido Sério (PT) tem dito que
prefere o brilho dos olhos de nossas crianças com escolas decentes, Balé Municipal,
Projeto Guri ao brilho das lampadinhas artificiais.
Claro que ele está repleto de razão. Araçatuba aparece com
sua pujança (crescimento do PIB, maior que o da China), com seus eventos
culturais (como o EDARA – Encontros de Dança de Araçatuba), mas um toque
especial no Natal, dar à cidade umas pinceladas coloridas seria muito legal.
Não vamos imitar Birigui que está fazendo sucesso com sua
praça iluminada, mas montar um projeto diferente, fazer de Araçatuba um presépio em
cada final de ano. Um momento de quebrar a rotina. Cada cidade tem sua
personalidade, não devem ser todas iguaizinhas, principalmente nas festas
natalinas.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.
Secretário Municipal de Cultura de Araçatuba-SP
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