"Acho que só vai cair a ficha depois da posse e do discurso. Eu estou multo nervoso, muito tenso, porque não é brincadeira. O peso simbólico desse fardão é muito grande, muito maior do que o peso físico. Então, acho que vai cair mesmo amanhã de manhã", disse o escritor Zuenir Ventura antes de começar a cerimônia de sua posse na Academia Brasileira de Letras
7 DE MARÇO DE 2015
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
O jornalista e escritor Zuenir Ventrura estava bastante
emocionado na cerimônia de posse, na noite de ontem (6), na Academia Brasileira
de Letras (ABL), na sede da instrução, no centro do Rio. O novo imortal, que no
dia da eleição, no dia 30 de outubro do ano passado, disse à Agência Brasil,
que a ficha ainda não tinha caído para expressar o sentimento daquele momento,
revelou nesta sexta, que permanece a reação.
"Acho que só vai cair depois da posse e do discurso. Eu
estou multo nervoso, muito tenso, porque não é brincadeira. O peso simbólico
desse fardão é muito grande, muito maior do que o peso físico. Então, acho que
vai cair mesmo amanhã de manhã", disse antes de começar a cerimônia.
Zuenir revelou que passou os últimos meses lendo a obra do
escritor e romancista Ariano Suassuna, a quem sucedeu na Cadeira 32 da ABL.
"Nessa releitura de Ariano, ele ficou maior até", analisou. O novo
acadêmico disse que pretende, a partir de agora, divulgar ainda mais a obra do
seu antecessor na instituição. "Se eu puder tornar o Ariano ainda mais
acessível aos jovens, já vou me sentir realizado por isso, porque vou sucedê-lo
e não substituir, porque Ariano é insubstituível. Vou tentar de alguma maneira
ajudar a difundir a obra dele".
O acadêmico Domício Proença Filho, que na cerimônia entregou
o diploma de imortal para Zuenir, também estava feliz com a posse dele. "
A presença dele traz uma pessoa que já era pensada para estar aqui. Falo com a
suspeição natural de ser amigo há 60 anos, colega de faculdade e a vinda dele
para este grupo de amigos da academia só enriquece a casa. Ele já vem tarde, já
devia ter vindo há mais tempo. Temos ainda o privilégio de sermos alunos da
mestríssima Cleonice Berardinelli", analisou.
Durante a cerimônia de posse, foi a acadêmica que recebeu
Zuenir pela instituição. "Eu fico feliz, não digo honra, digo alegria que
é menos pomposa, porque parece que quem está se dirigindo a mim está embaixo e
não está" , avaliou Cleinice, que foi professora de Zuenir Ventura, assim
como Domício Proença Filho.
O presidente da ABL, Geraldo Holanda Cavalcanti, disse que a
chegada de Zuenir na Academia é mais um enriquecimento para a instituição.
"É um homem que traz para a ABL uma biografia respeitável de um
intelectual engajado, que sempre esteve à frente da luta pelos valores
democráticos", avaliou.
Para o acadêmico Celso Lafer, Zuenir levará a sua
preocupação com problemas sociais para as análises que os integrantes da
instituição costumam fazer. "É natural que traga porque os acadêmicos
trazem a sua agenda e o pluralismo das suas preocupações. É isso que enriquece
a vida da academia", destacou.
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