A Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiu adotar
determinação da Fifa, que comunicou a entidade
paulista pela falta de ética envolvendo o patrocínio na camisa dos árbitros.
A regra inclusive está no Regulamento de Organização de Arbitragem de entidade
máxima do futebol. Diante da determinação, a Federação revogou sua iniciativa.
No domingo, 12/4/2015, no jogo entre Palmeiras e Botafogo de Ribeirão Preto nas
quartas de final do Campeonato Paulista, quando as camisas do Verdão e dos
árbitros tinham o mesmo patrocinador.
O Palmeiras venceu o jogo por 1 a 0 em
jogo com três gols anulados.
Com certeza, o patrocinador e a FPF são as agentes de tal deslize (para ser caridoso), pois sabiam da coincidência. Quando vi aquilo no vídeo da TV achei tudo muito esquisito. Posso, apesar de ser palmeirense, até pensar que os árbitros estavam comprados pelo patrocinador do Palmeiras.
As grandes corrupções começam assim, bem pequenas e no nosso cotidiano.
Pode
ser que o patrocinador e os dirigentes do Palmeiras tenham participado farisaicamente
da passeata contra corrupção. Impolutos, defensores da moral.
Passeata dos alienados
Até parece uma contradição: uma passeata despolitizada, já
que o evento é uma manifestação política por natureza, mas não é contraditório, porque a falta de
conhecimento político é um terreno fértil para os manipuladores.
Pesquisa sobre o
comportamento dos manifestantes da Avenida Paulista no último domingo mostrou
que 73% não confiam nos partidos, 70% não confiam nos políticos, 64%
acreditam que o PT quer implantar um regime comunista, 71% que Lulinha, o
filho do ex-presidente, é sócio da Friboi e 53% que o PCC é um braço armado
do PT; foram feitas 571 entrevistas com manifestantes maiores de 16 anos,
entre 13h30 e 17h30 do último dia 12; dados são de pesquisa coordenada pela
professora de Relações Internacionais da Unifesp Esther Solano e pelo filósofo
Pablo Ortellado, da USP; para Esther, a "despolitização é
impressionante".
Os motivos que
movem os passos desses alienados são as mentiras que circulam pela internet
como verdades. Lembro-me bem da eleição presidencial de 1989, disputa entre
Lula e Collor. O deputado federal dizia pelo rádio que se Lula fosse eleito,
o metalúrgica ia dividir propriedades, inclusive a casa de quem tem uma casa
só, pondo para morar junto mais uma família.
Abordado na rua
por um trabalhador, que disse não ter nem casa para morar. O deputado federal
pefelista respondeu: “Então ele vai tomar seus filhos”. Esse papo é velho,
carcomido, manipulador, agora ele ocupa uma mídia moderna: a internet.
E quem sequestrou
a poupança, depois de eleitor, foi Fernando Collor de Mello. O PT sempre
enfrentou isso, agora de uma forma midiática, mas não há mentira que dure
para sempre, ela tem pernas curtas. O que é ruim cai por si, pobre. A urna
apontou isso claramente.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP
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