AGENDA CULTURAL

14.4.15

Palmeiras, patrocinadores e árbitros da FPF

A Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiu adotar determinação da Fifa, que comunicou a entidade  paulista pela falta de ética envolvendo o patrocínio na camisa dos árbitros. A regra inclusive está no Regulamento de Organização de Arbitragem de entidade máxima do futebol. Diante da determinação, a Federação revogou sua iniciativa.


No domingo, 12/4/2015, no jogo entre  Palmeiras e Botafogo de Ribeirão Preto nas quartas de final do Campeonato Paulista, quando as camisas do Verdão e dos árbitros tinham o mesmo patrocinador. 

O Palmeiras venceu o jogo por 1 a 0 em jogo com três gols anulados. 

Com certeza, o patrocinador e a FPF são as agentes de tal deslize (para ser caridoso), pois sabiam da coincidência. Quando vi aquilo no vídeo da TV achei tudo muito esquisito. Posso, apesar de ser palmeirense, até pensar que os árbitros estavam comprados pelo patrocinador do Palmeiras. 
As grandes corrupções começam assim, bem pequenas e no nosso cotidiano. 


Pode ser que o patrocinador e os dirigentes do Palmeiras tenham participado farisaicamente da passeata contra corrupção. Impolutos, defensores da moral.  

Passeata dos alienados

Até parece uma contradição: uma passeata despolitizada, já que o evento é uma manifestação política por natureza, mas não  é contraditório, porque a falta de conhecimento político é um terreno fértil para os manipuladores.

Pesquisa sobre o comportamento dos manifestantes da Avenida Paulista no último domingo mostrou que 73% não confiam nos partidos, 70% não confiam nos políticos, 64% acreditam que o PT quer implantar um regime comunista, 71% que Lulinha, o filho do ex-presidente, é sócio da Friboi e 53% que o PCC é um braço armado do PT; foram feitas 571 entrevistas com manifestantes maiores de 16 anos, entre 13h30 e 17h30 do último dia 12; dados são de pesquisa coordenada pela professora de Relações Internacionais da Unifesp Esther Solano e pelo filósofo Pablo Ortellado, da USP; para Esther, a "despolitização é impressionante".

Os motivos que movem os passos desses alienados são as mentiras que circulam pela internet como verdades. Lembro-me bem da eleição presidencial de 1989, disputa entre Lula e Collor. O deputado federal dizia pelo rádio que se Lula fosse eleito, o metalúrgica ia dividir propriedades, inclusive a casa de quem tem uma casa só, pondo para morar junto mais uma família.

Abordado na rua por um trabalhador, que disse não ter nem casa para morar. O deputado federal pefelista respondeu: “Então ele vai tomar seus filhos”. Esse papo é velho, carcomido, manipulador, agora ele ocupa uma mídia moderna: a internet.

E quem sequestrou a poupança, depois de eleitor, foi Fernando Collor de Mello. O PT sempre enfrentou isso, agora de uma forma midiática, mas não há mentira que dure para sempre, ela tem pernas curtas. O que é ruim cai por si, pobre. A urna apontou isso claramente.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP

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