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SABRINA DE ALMEIDA
O filme “Mandela: luta pela liberdade” é um longa metragem
adaptado do livro "Goodbye Bafana" dirigido por Bille August e relata a vida de Nelson Mandela, líder
negro que foi preso durante o regime do APARTHEID - movimento de segregação
racial adotado pelo governo sul-africano entre
1948 e 1994.
A principal característica do movimento de segregação racial
era a supervalorização dos direitos dos homens brancos que representavam a
minoria da população sul-africana na década de 60 (cerca de 4 milhões), em detrimento dos direitos dos homens negros
representantes da maioria da população (cerca de 20 milhões).
Dentre as mais diversas formas de hostilização, preconceito
e racismo, o filme relata de maneira abrangente a discriminação contra os
negros da época, que não podiam votar para escolher um líder político nem
possuíam o direito de adquirir terras, não tinham liberdade de ir e vir e usufruíam
de forma restrita de saúde, educação, moradia e emprego.
Nelson Mandela aparece como um negro que teve a oportunidade
de estudar e se formar em Direito, abrindo o primeiro escritório de advocacia
dirigido por negros na África do Sul. Desde sua juventude, já demonstrava
interesse pelas questões políticas do país e se revoltava contra as injustiças
cometidas contra o povo. Vivia em constantes reuniões com outros líderes
políticos negros e encabeçava várias manifestações antirracistas, as quais custaram
se primeiro casamento com Evelyn Mase, que pediu o divórcio em 1956, alegando
que o marido não tinha tempo para ela ou para os filhos.
Nelson Mandela se casa novamente com Winifred Zanyiwe, com a
qual articulava vários movimentos contra o APARTHEID e, justamente em decorrência desses
movimentos antirraciais, foi preso e condenado à prisão perpétua.
No dia 4 de Agosto de 1962, como perigoso terrorista foi
levado à ilha chamada de HOBBEN -
consagrada como a prisão número um do país.
O filme retrata também a convivência de Nelson Mandela com
os outros presos e também com o povo, pois mesmo estando preso nunca perdeu o
poder de liderança e jamais deixou para trás o sonho de um mundo mais justo
para ele, familiares e todos que viviam injustiçados em decorrência da política
de segregação social existente na África do Sul.
James Gregory, um oficial branco que era responsável direto
pelo escritório de censura da prisão de Mandela, tratava-o inicialmente de
forma hostil, mas pouco a pouco o líder sul-africano por meio de pequenas
lições de vida e de sua conduta dentro da cadeia modificou a maneira de Gregory pensar. Após
quase três décadas de convivência com Nelson Mandela, James Gregory se torna um
de seus melhores amigos e torce juntamente com todo população negra da África
do Sul pela liberdade de Mandiba - apelido dado pelo povo a Nelson Mandela.
Somente em 1990, Nelson Mandela foi posto em liberdade, pois
o governo não tinha mais opção frente às revoltas e aos movimentos que se
formavam em prol da liberdade de Mandela, não somente pelo povo africano, mas
também por movimentos antirracismo no mundo inteiro. Em 1994, chega ao fim o
movimento Apartheid e também é promovida a primeira eleição democrática da
África do Sul colocando Nelson Mandela como primeiro presidente negro
sul-africano.
O filme é um convite à reflexão sobre questões sociais, tais
como preconceito, racismo, discriminação e, principalmente, superação, pois
mostra como movimentos elaborados de maneira unilateral podem colocar de forma
equivocada um grupo social acima de outros e como a superação de tais
pensamentos trazem à tona a capacidade da sociedade de se refazer dos paradigmas.
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