AGENDA CULTURAL

20.11.15

Neste feriado, uma sugestão de filme: Mandela - luta pela liberdade

 No dia da Consciência Negra no Brasil, uma sugestão de reflexão, um filme sobre o líder sul-africano Nélson Mandela 
Está no site da Netflix
SABRINA DE ALMEIDA

O filme “Mandela: luta pela liberdade” é um longa metragem adaptado do livro "Goodbye Bafana" dirigido por Bille August  e relata a vida de Nelson Mandela, líder negro que foi preso durante o regime do APARTHEID - movimento de segregação racial adotado pelo governo sul-africano entre  1948 e 1994.

A principal característica do movimento de segregação racial era a supervalorização dos direitos dos homens brancos que representavam a minoria da população sul-africana na década de 60 (cerca de 4 milhões),  em detrimento dos direitos dos homens negros representantes da maioria da população (cerca de 20 milhões).

Dentre as mais diversas formas de hostilização, preconceito e racismo, o filme relata de maneira abrangente a discriminação contra os negros da época, que não podiam votar para escolher um líder político nem possuíam o direito de adquirir terras, não tinham liberdade de ir e vir e usufruíam de forma restrita de saúde, educação, moradia e emprego.

Nelson Mandela aparece como um negro que teve a oportunidade de estudar e se formar em Direito, abrindo o primeiro escritório de advocacia dirigido por negros na África do Sul. Desde sua juventude, já demonstrava interesse pelas questões políticas do país e se revoltava contra as injustiças cometidas contra o povo. Vivia em constantes reuniões com outros líderes políticos negros e encabeçava várias manifestações antirracistas, as quais custaram se primeiro casamento com Evelyn Mase, que pediu o divórcio em 1956, alegando que o marido não tinha tempo para ela ou para os filhos.

Nelson Mandela se casa novamente com Winifred Zanyiwe, com a qual articulava vários movimentos contra o APARTHEID  e, justamente em decorrência desses movimentos antirraciais, foi preso e condenado à prisão perpétua.

No dia 4 de Agosto de 1962, como perigoso terrorista foi levado à ilha chamada de HOBBEN -  consagrada como a prisão número um do país.

O filme retrata também a convivência de Nelson Mandela com os outros presos e também com o povo, pois mesmo estando preso nunca perdeu o poder de liderança e jamais deixou para trás o sonho de um mundo mais justo para ele, familiares e todos que viviam injustiçados em decorrência da política de segregação social existente na África do Sul.

James Gregory, um oficial branco que era responsável direto pelo escritório de censura da prisão de Mandela, tratava-o inicialmente de forma hostil, mas pouco a pouco o líder sul-africano por meio de pequenas lições de vida e de sua conduta dentro da cadeia  modificou a maneira de Gregory pensar. Após quase três décadas de convivência com Nelson Mandela, James Gregory se torna um de seus melhores amigos e torce juntamente com todo população negra da África do Sul pela liberdade de Mandiba - apelido dado pelo povo a Nelson Mandela.

Somente em 1990, Nelson Mandela foi posto em liberdade, pois o governo não tinha mais opção frente às revoltas e aos movimentos que se formavam em prol da liberdade de Mandela, não somente pelo povo africano, mas também por movimentos antirracismo no mundo inteiro. Em 1994, chega ao fim o movimento Apartheid e também é promovida a primeira eleição democrática da África do Sul colocando Nelson Mandela como primeiro presidente negro sul-africano.


O filme é um convite à reflexão sobre questões sociais, tais como preconceito, racismo, discriminação e, principalmente, superação, pois mostra como movimentos elaborados de maneira unilateral podem colocar de forma equivocada um grupo social acima de outros e como a superação de tais pensamentos trazem à tona a capacidade da sociedade de se refazer dos paradigmas.



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