AGENDA CULTURAL

5.2.16

Araçatuba comemora 100 anos de samba

03.02.16 – O centenário do samba começou a ser comemorado em grande estilo, no mês de março de 2015, com o musical ‘SamBra: 100 Anos de Samba’, estrelado pelo cantor Diogo Nogueira, filho do sambista João Nogueira, inicialmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Durante o ano, outras produções surgiram pelo Brasil e, no próximo dia 9 de fevereiro, em plena terça-feira gorda de carnaval, ‘O Samba Continua’...

‘O Samba Continua’ é o espetáculo em homenagem a essa história secular promovido pela Prefeitura de Araçatuba por meio da Secretaria Municipal de Cultura. “Decidimos reunir alguns dos nossos cantores e grupos mais conhecidos para fazer essa homenagem ao gênero que surgiu da mistura de estilos musicais de origens africana e brasileira. Essa raiz foi trazida da África. E com o talento do nosso povo foi aprimorada, tornando-se identidade do Brasil”, diz o secretário Hélio Consolaro.



Durante seis horas (16 às 22), no dia 9 de fevereiro, o palco da praça João Pessoa será ocupado por referências atuais do estilo musical na cidade: Bolla e Nosso Pagode, Thaís Duran e Samba na Conversa, Raízes do Samba, Amigos da Seresta e Orquestra Municipal Bruno Zago. Portanto, ‘O Samba Continua’: raiz, partido alto, pagode, enredo, canção, gafieira, exaltação, de breque, de vela, sambalanço, dentre outros. Em 2005, o samba de roda se tornou um Patrimônio da Humanidade da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

100 ANOS

As raízes do samba (gênero musical que deriva de um tipo de dança africana) foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava, sendo conhecido nas rodas religiosas de afro-brasileiros. ‘Pelo Telefone’ é considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil, segundo a maioria dos pesquisadores, a partir de registros existentes na Biblioteca Nacional.

O samba foi concebido em um famoso terreiro de candomblé no Rio de Janeiro daqueles tempos, a casa da Tia Ciata, na Praça Onze, frequentada por grandes músicos. Composição de Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga, foi registrada na Biblioteca Nacional em 27 de novembro de 1916 como sendo de autoria apenas dele, que mais tarde incluiu o jornalista Mauro de Almeida como parceiro.

primeira gravação, simultaneamente na voz do cantor Bahiano e Banda da Casa Edison, ocorreu em dezembro de 1916 (Discos Odeon). Em 1917, o samba ‘Pelo Telefone’ se transformaria no marco inicial da história fonográfica do samba.

Segundo o autor e diretor do musical ‘SamBra’, Gustavo Gasparani, “tudo começa mais ou menos em 1916, ano em que Donga registra ‘Pelo Telefone’. Existiam outros sambas registrados, mas esse foi o primeiro sucesso”. Tempos depois, o samba tomou as ruas e se espalhou pelos carnavais do Brasil, chegando aos lares na década de 1930, em plena difusão das estações de rádio. Sinhô, Ismael Silva, Heitor dos Prazeres, Noel Rosa, Almirante, Ary Barroso, Pixinguinha e Cartola são algumas referências de sambistas e compositores dessa época inicial da história.

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