AGENDA CULTURAL

25.3.16

Nenhum partido político pode se assenhorar das cores da pátria

A pátria não é ninguém; são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade.

Rui Barbosa: A pátria não é ninguém; são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia,  à  palavra, à  associação.   A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade.   Rui Barbosa - RUI BARBOSA


Os partidos contrários à presidenta Dilma e ao ex-presidente Lula e ao PT se apoderaram das cores de nossa pátria nas manifestações como se eles fossem os donos do Brasil, como somente fosse brasileiro quem é contra o governo. Como se um time brasileiro campeão do mundo pudesse vestisse as cores da seleção brasileira.

Como o movimento de 13/3/2016 não é partidário, tendo ao lado Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra e Delador Borges? Já pensou se no dia 18/3/2016 o PT fizesse a sua manifestação com a cores do município? Os araçatubenses, do outro lado, com razão, não iam gostar.


Nós, petistas, somos partidários e não escondemos isso, temos a nossa bandeira primeira que é a brasileira, de todos, depois a bandeira do time, do partido. Não somos lobos vestidos de cordeiro. Os defensores do golpe são parte do Brasil, como os demais que não concordam com esse pessoal. Se não entendeu caro leitor, é só ler o discurso do jurista Rui Barbosa na epígrafe, portanto, o PSDB e seus seguidores estão se apropriando das cores que são de todos. 


Outro problema, todas as entidades que assinaram o manifesto de agradecimento têm estatutos onde rezam que são apartidárias. São passíveis de uma ação jurídica solicitando aos dirigentes explicações. Eu mesmo sou filiado a algumas delas e me sinto excluído, pois não fui convocado para uma assembleia para discutir a participação em tal ato político-partidário. 


Parabenizo as entidades (e são muitas) que respeitaram seus estatutos e os filiados que pensam diferente. Aliás, descobri que houve entidades que nem foram consultadas para ter o nome inscrito no manifesto. 


*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP

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