Hélio
Consolaro*
“Posso
não viver alegre constantemente, nem ficar esbanjando sorrisos, mas as poucas
alegrias são doses certas de sucesso!”
Começar
o dia bem-humorado é uma arte, mas também tão simples, basta querer, porque o
normal é ser como o espanhol, povo bravo que, quando se levanta rindo, pega uma
vassoura e começa a varrer contra o vento para voltar ao normal. Quem diz isso
são os italianos, de quem sou descendente.
Dom
Hélder Câmara, saudoso arcebispo de Olinda-PE, dizia que sua oração da manhã
começava com a leitura do jornal. Pelo que se vê, não vive nos dias atuais. Se
há alguma coisa que nos tira o bom humor na atualidade é o noticiário de TV, é
começar mal o dia.
Como
os habitantes da casa andam dividido, alguém já diz que a presidenta Dilma é
sapata, outro responde que Aécio Neves é cheirador de cocaína e alguém
acrescenta que Eduardo Cunha é o homem mais honesto do mundo. E o pau quebra. A
política anda dividindo os lares.
Não
é o meu caso, porque a minha casa é uníssona. Falamos mal ou bem dos mesmos
políticos. Assim mesmo, construir a alegria em nosso cotidiano precisa ser
cultivado.
Nesta
manhã fui chamado pela Helena, dizendo que a veneziana do terceiro quarto da
casa estava com o trinco enguiçado. Não sou um homem dado às atividades
manuais, mas fui tentar e descobri que a lingueta estava torta, era apenas
puxá-la. E assim fiz e fui bem-sucedido. Esse pequeno sucesso foi o bastante
para eu abrir-me num vasto sorriso de satisfação. Olha, caro leitor, como é simples
buscar a alegria.
Fui para o alpendre da casa, abri o portão para sair com o carro, um rapaz risonho,
cantando, passava pela calçada, deixando em cada casa um jornalzinho de ofertas
de um supermercado. Nunca vi alegria tão intensa numa pessoa pobre, com
afazeres simples. A minha felicidade se completou naquele momento.
Assim,
cheguei ao meu trabalho tão risonho que meus colegas estranharam e riram
também, assim fiz a cadeia da alegria ao meu redor. Veja que não precisei
ganhar na loteria para deixar outras pessoas felizes.
Um comentário:
Olá sr Consa. Fiquei feliz em descobrir seu blog. Cheguei em Araçatuba há 1 ano, mas pouco conheço da cidade, especialmente a área cultural que me parece ser bem escassa. Ainda me sinto deslocada e pouco ativa na cidade, gostaria de descobrir como contribuir e participar mais. Passarei a seguir e ler seu blog.
Grata,
Aline
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