AGENDA CULTURAL

8.12.16

Flávia Milioni - artista de Araçatuba

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura... ALBERTO CAEIRO

Flávia Milioni
Fui assistir no Centro Cultural Um e Outro à peça de teatro “O Quadro ou Pequeno Poema para o Fim do Mundo”, um monólogo da Flávia Milioni, que nasceu em Araçatuba e está no Rio de Janeiro. O trabalho solo, sua euquipe, representando um pouco o seu modo de vida.

Um artista quando pretende crescer, enfrentar novos desafios, precisa sair de nosso mundo provinciano chamado Araçatuba, porque aqui não há espaço para tamanha asa, mas não pode deixar de pôr esta aldeia na sua obra de arte, nem que seja de forma amarga, crítica. Como escreveu o escritor Russo, Tolstoi, só serei universal, entendido em qualquer lugar, se colocar na obra de arte a minha aldeia.

E a Flávia Milione pôs Araçatuba na sua peça, fala das ruas, das praças, das casas, onde viveu com sua família, não tem vergonha de se expor ao público. Depois de apresentar a peça, de encher meus olhos de lágrimas com tanta emoção, fui perguntar-lhe: “Esse texto é só para Araçatuba ou você está apresentando igualzinho em todos os lugares por onde passa”. Qual não foi a minha alegria quando ouvi a resposta dela: “apresento o mesmo texto sempre”.

E o mais emocionante, inclusive para ela, é que as personagens do monólogo estavam todas na plateia. O pai dela, o Dr. Leônidas Milioni, saiu da sala aos prantos.

Todas as pessoas têm uma história interessante, comovente, porém, a arte está na forma de contar, de pôr isso pra fora, a beleza não está na história, mas como foi contada. E a Flávia Milioni fez isso muito bem, tocando a todos com sua arte.

No final, a parte musical apresenta “Tô Voltando”, de Chico Buarque, cantada por Simone, com a Flávia saindo do palco. Apresentar esta peça em Araçatuba, como sempre foi vontade dela, era reencontrar-se com a cidade, ou melhor, com ela mesma.

Seja bem-vinda.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras.

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Um comentário:

HAMILTON BRITO... disse...

Muito chique. Fiquei muito contente por ter assistido à peça. O diabo foim o mico que paguei por nao ter reconhecido no pai dela, o Dr.Milioni para quem fiz inúmerss propagandas médicas. Sempre foi muito gentil com todos os representantes popagandistas.Parabéns doutor doutor pela bela e talentosa filha