Em nossa sociedade ainda perdura a regra de que todo endinheirado deve ser respeitado
Hélio Consolaro*
No futebol, todos trabalham de camiseta, calção e mais alguns apetrechos. Apenas os técnicos mais esnobes usam terno ou roupa social à beira do campo.
Simples ou esnobes, são homem ricos, tem lá suas fortunas, embora sejam vaiados, xingados pela plebe, são pessoas de respeito, tendo em vista que em nossa sociedade ainda perdura a regra de que todo endinheirado deve ser respeitado.
Felipe Melo, o jogador do Palmeiras, é chamado de doido, o cachorro louco, o pitbull, boca frouxa e outras perífrases. Jogaram essa máscara para ele usar, e ele a vestiu, está se dando bem com ela na sua volta ao Brasil.
Felipe Melo certamente é mais rico do que muitos fazendeiros, industriais, empresários, mas está lá se comportando como um sujeito da plebe, fazendo o seu show. A galera gosta dele, de sua franqueza, enquanto os almofadinhas o detestam.
Há quem diga que ele é homem de palavra. Ao chegar ao Palmeiras, numa entrevista, disse que veio para ajudar o time e se precisasse dar tapas na cara de uruguaios para isso, faria. E o Verdão caiu na chave do Peñarol na Copa Libertadores. E deu no que deu.
Com certeza, se o Palmeiras tivesse perdido a partida em 26/04/2017, a pancadaria em Montividéu, no Estádio Campeón del Siglo, não teria acontecido. A hipérbole, o exagero na fala de Felipe Melo foi apenas um pretexto.
Só quis escrever esta crônica para mostrar ao caro leitor que a realidade é mais complexa do que imaginamos.
Biografia de Felipe Melo
Conheça a posição política do jogador FM
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.
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