AGENDA CULTURAL

5.4.17

Uma cidade que não quer crescer

Cidade de Gabriel Monteiro
Hélio Consolaro*

Esse negócio de cidade grande é bem norte e sul-americano, na Europa gostam de aldeias. Aqui ninguém quer morar numa aldeia, morar em cidade pequena é pejorativo.

Uma cidade pequena com tudo bem arrumadinho, sem transtornos, é como se fosse um pedacinho do céu. Onde todos estão bem colocados.

Há um sonho meio besta de querer transformar nossas cidades em grandes urbes para a vida ficar mais difícil, para que haja mais violência. Alguns dizem que Araçatuba precisa crescer, ser como Rio Preto. Sonho provinciano.

Minha cidade ideal é aquela em que as pessoas vivam felizes, com todos os recursos, aprimorando os equipamentos existentes, por suas ruas prefeitos e vereadores passeiam como amigos da população, onde os direitos humanos e as necessidades estão quase todos atendidos.
 
Prefeito de Gabriel Monteiro: o Coca, Vanderlei Mendonça
Mas há uma febre desenvolvimentista, um sentimento bairrista, que se um prefeito disser que não quer o desenvolvimento de seu município a qualquer custo, a vida dele vai virar um inferno. Se nem a parte mais velha da cidade está com tudo resolvido, vamos criar mais loteamentos, mais conjuntos habitacionais.

Outro dia, o jornal Folha da Região, fez uma entrevista com o prefeito Coca, Vanderlei Mendonça, de Gabriel Monteiro (2.705 habitantes), município vizinho de Araçatuba, que está bem classificado com um dos melhores lugares no  Índices de desenvolvimento humano do Brasil.
 
Igreja Matriz de Gabriel Monteiro
-->
Para minha alegria, para me contradizer, ele está apavorado, porque as pessoas estão se mudando para lá. A notícia é boa, mas pode ficar ruim, porque, com a divulgação da boa qualidade de vida na cidade, muitas pessoas têm se mudado para lá, antes mesmo de conseguir um emprego, segundo ele. Assim, o pedacinho de céu, poderá virar um pedacinho de inferno.

Nenhum comentário: