AGENDA CULTURAL

2.7.19

Andradina, aos 82 anos, saúda a vida e a democracia

Andradina-SP 
Hélio Consolaro, professor, jornalista, escritor. Membro da Academia Andradinense de Letras
  
Andradina rima com Clementina. É como Mirandópolis, ambos os nomes surgiram de sobrenomes de seus fundadores. Nome feminino derivado de sobrenome de uma figura varonil. 

Antônio Joaquim de Moura Andrade não veio para o fundão do Estado de São Paulo para criar uma cidade, fundou mesmo uma fazenda. E como aconteceu com as estações ferroviárias de nossa região, em torno da sua propriedade particular, surgiu uma coletiva.  

Andradina não conheceu o Rei do Café, só ouviu falar dele de longe, meio destronado. Ela surgiu mesmo para ser a terra do Rei do Gado, como compôs Teddy Vieira e cantaram Tio Carreiro e Pardinho.  

Andradina completa 82 anos. Há muita gente viva ainda que é mais velha do que a cidade. Feliz + idade, ainda pode ser paquerada pelos visitantes.

A cidade não precisa ser enorme, uma metrópole para que seus habitantes se sintam felizes nela. Os pioneiros de Andradina não rechaçaram os novos moradores. Quem veio viver a vida aqui, a fez, e ela é exuberante. 

Andradina, como coletivo, acredita nas pessoas. Enquanto o Brasil todo se quebrava entre esquerda e direita em 2016, a cidade elegeu como prefeita Tamiko Inoue (PCdoB), mulher e filiada a um partido comunista. Os eleitores sentiram nela o mesmo cheiro do ex-prefeito Jamil Ono.

E o sol nascerá todas as manhãs. E suas luzes continuarão acesas, saudando a noite. Andradina nos ensina curtir a vida e a democracia.

Entrevista da neta de Antônio Joaquim de Moura Andrade: Stela de Andrade Haik 

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