Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
Qualquer cidadão fica pasmo diante de tanta violência. Este croniqueiro, com tantos anos no embornal, que já viveu diretamente e mais indiretamente tantas barbaridades, não fica indiferente diante disto: uma pessoa se arma até os dentes e resolve matar seus semelhantes num lugar púbico.
Uma pessoa assim não deve ter sido criada como as normais. Nós que nos achamos bem educados, bem criados, já não somos tão normais assim, imagine quem teve a marca da rejeição marcada nos seus sentimentos. Se puxar a trajetória de vida da criatura, vamos descobrir que não podia ser diferente.
Não sei se o leitor percebeu, não estou chamando o atirador de assassino e outros substantivos do vocabulário policial, porque ele é uma pessoa, parece não ser, mas é. Como dizem alguns filósofos, somos filhos das circunstâncias, de nosso meio. Nem todos conseguem suplantar a realidade em que vivem.
Com toda a insanidade da criatura, aí se facilita o crime, vendendo armas como se fossem eletrodomésticos. E o presidente faz discursos beligerantes. Se os EUA fazem a guerra, como manter a paz internamente?
O mundo não está perdido, quem está perdido somos nós neste planeta, sem saber porque estamos aqui. E para complicar, cada um, cada grupo quer explicar por que somos errantes, querendo impor soluções.
Comportamento mais plausível é o da formiguinha andando num vagão do metrô: segue a onda da vida. Não sabe aonde vai, para ela não há estações para descer e subir, nem sabe que está num vagão que faz parte de um comboio. Não tem contas a pagar, nem a receber.
Eu estava me esquecendo de dizer que a formiga é um animal irracional. Se ela quiser, troco a minha racionalidade com ela.
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